Pix vai proporcionar mais eficiência no fluxo de caixa das empresas, diz Campos Neto

O Pix entrará em funcionamento a partir do dia 16 de novembro

Pablo Santana

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SÃO PAULO – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (8) que o Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pela instituição, vai proporcionar mais eficiência no fluxo de caixa das empresas.

“O Pix é um instrumento que faz com que a gestão do fluxo de caixa atinja um novo patamar de eficiência. Esse novo patamar significa menos custos e, com os custos reduzidos, um lado terá mais margem e o outro menos preço”, explicou o presidente do Banco Central.

Durante a abertura do Conexão Pix, evento virtual promovido pelo BC, Campos Neto disse que o sistema eliminará o custo operacional das empresas e que é importante todos entenderem a mudança que a digitalização dos meios de pagamentos vem causando na nossa sociedade.

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“O volume de pagamentos digitais cresceu durante a pandemia e todo um movimento de inovação se acelerou durante a crise em várias áreas”, disse.

O presidente do BC também destacou que o sistema de pagamentos instantâneos eliminará os custos operacionais das empresas, e isso ajudará os pequenos e grandes negócios a reduzir suas despesas com o transporte de dinheiro em espécie, por exemplo.

Para Campos Neto, a disponibilização imediata dos recursos irá reformular a intermediação financeira e contribuir para o aumento da competição, surgimento de novos negócios e expansão do comércio eletrônico.

“Nós entendemos que os pequenos [negócios] vão ser muito beneficiados porque o Pix é um movimento em curso que vai vir com outros processos de inovação. Temos o open banking que vai fazer com que esse mundo de inovação se conecte lá na frente”, pontuou Campos Neto.

Impacto no Varejo

O Pix começa a funcionar em todo o país a partir do dia 16 de novembro e sua proposta de oferecer um meio de pagamento em tempo real, de forma segura, com transações financeiras em até dez segundos, realizadas sete dias por semana, 24 horas por dia – inclusive nos finais de semana e feriados -, é bastante esperada pelas empresas varejistas.

Em participação virtual durante o Conexão Pix, Ana Honorato, executiva da Arcos Dourados, maior franqueadora da rede McDonald’s, reforçou que o projeto irá aumentar o volume de pagamentos digitais e, como consequência, provocar uma redução na circulação de moeda em espécie, que atualmente é um dos maiores custos no setor de varejo.

“Nós no varejo sofremos muito com isso porque temos um alto custo para movimentar moeda em espécie no mercado. Estamos sempre em busca de troco e ele está cada vez mais escasso no mercado. A questão do custo no Pix é bem ampla”, afirmou.

A inclusão financeira que o Pix possibilitará foi outro assunto levantado durante o evento. O sistema foi desenhado de forma aberta para estimular a concorrência, abarcando o maior número de instituições possíveis, que irão proporcionar uma melhor experiência de pagamentos para o usuário e com baixo custo.

Para Marcelo Martins, da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), a solução, além de tentar reduzir os custos de operações para as empresas, ataca também um outro problema enfrentado no Brasil que é o grande número de pessoas desbancarizadas.

“No Brasil existe uma grande população desbancarizada. E essa população é desbancarizada porque às vezes não confia nos bancos, ou os bancos não aceitam essas pessoas, ou elas confiam mais deixar o seu dinheiro guardado embaixo da cama e o Pix traz essa nova solução de ser mais barato para trazer mais usuários”, explica Martins

Veja a seguir live realizada pelo InfoMoney que explica como funciona o Pix na prática:

Como funciona o Pix

Para ter acesso ao Pix a pessoa física ou empresa precisa ter uma conta transacional (conta corrente, poupança ou de pagamento) mantida em um prestador de serviços financeiros, como um banco, uma fintech ou uma plataforma de pagamentos.

O registro das pessoas físicas e jurídicas começa a partir de 05 de outubro. O cliente deverá informar qual chave Pix ele vai utilizar para fazer seu cadastro. Essas chaves serão responsáveis pela efetivação das transferências instantâneas, funcionando como o código identificador do usuário dentro do sistema  e podem ser: o RG, CPF, e-mail, telefone ou número aleatório gerado pelo sistema.

No Pix, uma pessoa poderá transferir valores a outra pelo aplicativo do seu banco apenas informando a chave do destinatário, que pode ser simplesmente seu número de telefone ou CPF – sem a necessidade de informar todos os dados bancários que são solicitados hoje.

Confira aqui 12 respostas rápidas sobre o Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios