Parfin lança plataforma blockchain de olho na aplicação para o real digital

Produto atende demanda crescente de empresas e governos que começaram a experimentar com ativos digitais

Paulo Barros

Alex Buelau, Marcos Viriato e Cristian Bohn, fundadores da Parfin (Divulgação)

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A fintech anglo-brasileira Parfin anunciou nesta quinta-feira (9) o lançamento da Parchain, uma plataforma blockchain voltada para instituições e que é compatível com o uso pelo real digital.

Segundo a empresa, a tecnologia oferece baixo custo transacional, suporte para contratos inteligentes (smart contracts) nos padrões do Ethereum (ETH), e permite controlar participantes, em linha com o projeto-piloto do real digital anunciado na segunda-feira (6).

Segundo a Parfin, a plataforma também adiciona funcionalidades complementares, como a possibilidade de comunicação com outras redes de maneira segura, utilizando tecnologias como a MPC (Multi-Party Computation), utilizada por bancos, e a novata Zero Knowledge (conhecimento-zero), que ganha tração atualmente no mundo cripto.

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“Com o lançamento da Parchain, vamos acelerar a adoção da web3 nas instituições. Esse ecossistema tornará possível, ainda, habilitar diferentes casos de uso para as companhias, como a tokenização de ativos, operações de finanças descentralizadas permissionadas, rede de liquidação, entre outros”, afirma Marcos Viriato, CEO e co-fundador da Parfin.

As blockchains privadas, como é o caso da Parchain, são sistemas de registro distribuído (espécie de banco de dados descentralizado) que começaram a ser procuradas por empresas e governos que desejam experimentar com a tokenização (criação de representação digital) de ativos, incluindo de ativos financeiros.

Um exemplo foi o próprio Banco Central, que passou a mirar nessa inovação para desenvolver o real digital, que deve ser compatível com a inovação chamada de dinheiro programável.

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As blockchains privadas costumam atender nativamente a regras de compliance. A Parchain, por exemplo, tem a obrigatoriedade de verificação de identidade de todos os participantes, além de ferramentas integradas de prevenção à lavagem de dinheiro – nada disso está presente em blockchains públicas, como a que nasceu junto com o Bitcoin (BTC).

“Estamos criando um ecossistema no qual as partes se comunicam com o todo de forma privada e segura, porém sem infringir a legislação de cada país”, explica Alex Buelau, CPTO e co-fundador da Parfin. “Nosso grande objetivo é fazer com que o ecossistema Parchain se torne um padrão global para a adoção institucional da web3”, conclui o executivo.

A Parchain já foi utilizada para experimentar um caso de uso do real digital. A tecnologia foi aplicada pela Parfin para testar, em parceria com o Santander, um sistema de transação de automóveis de maneira instantânea, sem necessidade de intermediação de cartórios.

Paulo Barros

Editor de Investimentos