Os bastidores da corrida da Kopenhagen para vender em tempos de coronavírus

O maior canal de vendas da empresa sempre foram suas mais de 850 lojas, que permanecem fechadas

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – Quando as primeiras notícias sobre o possível fechamento de lojas devido ao coronavírus vieram à tona, no começo de março, o Grupo CRM, dono de marcas como Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, estava no meio das definições suas estratégias para a Páscoa. Do ano de 2021.

“A Páscoa representa 30% do nosso faturamento anual e sempre começamos o planejamento um ano antes. Para 2020 já estava tudo certo. Quando as notícias saíram, tivemos que tirar o nosso foco de 2021 e voltar para 2020”, afirmou Renata Moraes Vichi, CEO do Grupo CRM durante live promovida pelo InfoMoney que faz parte de uma série especial do podcast Do Zero ao Topo para falar sobre gestão de negócios em tempos de crise.

O maior canal de vendas da empresa sempre foram suas mais de 850 lojas. O e-commerce estava disponível apenas para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Do dia para a noite, a empresa se viu obrigada a adotar estratégias digitais para atender todo o Brasil.

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“A primeira coisa que fizemos foi falar com os nossos franqueados”, explica Renata. Por meio deles, a companhia conseguiu ampliar a entrega de chocolates para quase todo o país — utilizando as lojas físicas como pequenos centros de distribuição.

Para impulsionar as vendas, a empresa utilizou não apenas seu site, como também entrou em marketplaces como o do Magazine Luiza e ainda em aplicativos de delivery como iFood e Rappi.

“Também utilizamos a nossa base de dados de clientes do Kop Club [programa de fidelidade da Kopenhagem], que possui mais de 2 milhões de CPF”, afirmou.

O coronavírus afetou todo o setor. Segundo dados da empresa de análise de crédito Boa Vista, as vendas na Páscoa recuaram 33% neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Renata garante que, com todas as medidas adotadas, a empresa conseguiu fazer grande parte das vendas previstas para o período.

“Vendemos 90% do giro em Kopenhagen, geralmente é esse percentual fica em 95%, em Chocolates Brasil Cacau vendemos 80% do giro. Foram bons números”, disse.

As estratégias adotadas na Páscoa, devem ser ampliadas para atender aos pedidos de Dia das Mães e algumas devem continuar na empresa mesmo após o fim da crise. “Vamos utilizar nossos franqueados em todo o país para atender por meio do e-commerce, por exemplo, é uma estratégia que faz sentido continuar”, explicou.  Para saber mais sobre as estratégias da companhia, confira a entrevista no player acima ou clique aqui.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.