O desafio da Taesa de equilibrar investimentos de longo prazo e forte pagamento de dividendos: o que esperar?

Em entrevista ao InfoMoney, CEO da companhia, André Moreira, fala sobre projetos e riscos; empresa ganhou como a Melhor da Bolsa no setor elétrico

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Como equilibrar a necessidade de fazer investimentos pesados nos próximos anos e a manutenção de um forte histórico de distribuição de dividendos? Este é o desafio que a Taesa (TAEE11) tem que lidar — e ele não é fácil.

A empresa de transmissão foi a vencedora do setor elétrico no prêmio Melhores da Bolsa, organizado pelo InfoMoney e Stock Pickers. O CEO da companhia, André Moreira, concedeu uma entrevista exclusiva antes da premiação, que aconteceu ontem em São Paulo.

“Todas as ações do nosso planejamento estratégico são importantes. Duas ações são principais. A primeira é o plano de crescimento greenfield e brownfield. Os seis projetos que temos em andamento vão agregar em torno de R$ 560 milhões na receita anual da companhia”, disse.

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“No paralelo, uma das vertentes importantes é a gestão regulatória. As primeiras empresas de transmissão que vão ter contratos de concessão renovados vão começar em 2025, 2026 e 2027. Vamos acompanhar de perto para ver como isso vai se dar. Nós temos um relacionamento muito bom com o órgão regulador. Entendemos que será da forma mais suave possível”, completou.

Ele não descartou, no entanto, que a companhia não vai sofrer a partir de 2030, quando a maioria de seus contratos vencem, o que geraria uma perda relevante de receita. Por isso, a empresa pretende participar dos próximos leilões do setor.

O executivo disse ainda que a companhia está olhando para oportunidades de M&A (fusão e aquisição), e que há algumas sob análise. Ele não comentou sobre a possível venda do controle da companhia, que atualmente pertence à Cemig. Analistas enxergam a possibilidade, por exemplo, de a colombiana ISA, dona da Cteep, se interessar pelo negócio — podendo inclusive pensar em uma fusão das operações no futuro.

Moreira comentou que a Taesa é uma empresa com forte e constante geração de caixa, o que dá um alívio em termos de alavancagem — “nossa briga é para conseguir aumentar nossa alavancagem, não deixar ela cair muito”, frisou. Quanto a dividendos, a empresa sempre foi um destaque como boa pagadora e, segundo o CEO, quer continuar sendo vista dessa forma.

Moreira falou ainda sobre as iniciativas ESG da companhia, o impacto da crise hídrica sobre os negócios da Taesa, a ajuda da inflação maior que beneficia a maioria dos contratos da empresa, entre outros assuntos. Assista à entrevista completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.