Nível de atividade da indústria da construção fica estável em outubro

Para economista da CNI, Danilo Garcia, a estabilidade do indicador não aponta para a reativação do setor

Edilaine Felix

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SÃO PAULO – O nível de atividade da indústria da construção ficou estável em outubro, interrompendo o movimento de cinco meses consecutivos de queda, segundo a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta segunda-feira (26).

O indicador do nível de atividade marcou 50,1 pontos. Os valores da pesquisa variam de zero a cem. Acima de 50 indicam aumento da atividade. Contudo, em comparação com o usual para o mê de outubro, o indicador situou-se em 47,3 pontos, ainda está abaixo do esperado.

O economista da CNI, Danilo Garcia, destaca que a estabilidade do indicador não aponta para a reativação do setor. “Foi o sexto mês consecutivo em que indicador ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que confirma o desaquecimento da indústria da construção. Com a atividade no setor abaixo do usual, a utilização da capacidade operacional ficou em 70% em outubro”.

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As pequenas empresas foram destaques negativos do mês, 47,3 pontos. Nas médias e grandes empresas o nível de atividade ficou em 50,4 e 50,9 pontos, respectivamente.

Na medição do nível de atividade efetivo em relação ao usual, o índice foi de 47,3 pontos em outubro. Como o indicador está abaixo dos 50 pontos, isso denota que o setor está desaquecido. As médias empresas apresentaram indicador de 47,9 pontos. Nas pequenas e grandes, foram registrados 44,6 pontos e 48,0 pontos, respectivamente.

Expectativas
Com relação às expectativas para o futuro, a perspectiva de nível de atividade é de 55,2 pontos para novembro, índice 2,2 pontos abaixo do que era esperado para outubro. O indicador varia de 0 a 100 pontos e valores acima de 50 pontos representam expectativa positiva dos empresários.

O otimismo é maior entre os empresários de médias e pequenas empresas, cujo indicador ficou em 57,9 pontos e 55,2 pontos, nessa ordem, enquanto as grandes ficaram com 53,6 pontos.

Garcia explica que a queda nas expectativas dos empresários é resultado da adequação das empresas a um novo cenário. “O empresário percebe que o crescimento na atividade acontecerá de forma mais lenta e gradual”, diz o economista. Segundo ele, a retração do otimismo pode levar os empresários a readequar seus planos futuros de investimentos e de novos lançamentos.

Novos empreendimentos e serviços
Em relação aos novos empreendimentos e serviços, os empresários mantiveram o otimismo, com o indicador marcando 55,5 pontos em novembro, contra 57,5 um mês antes. As empresas de médio porte são as mais confiantes (57,7 pontos), enquanto as pequenas e as grandes empresas registraram 54,7 pontos e 54,5 pontos, respectivamente.

Quanto ao índice de compras de insumos e matérias-primas, ele passou de 55,8 pontos em outubro para 555,4 pontos em novembro. As médias empresas se destacam na expectativa de compra de insumos, com este indicador chegando a 57,3 pontos. As grandes empresas marcaram 55,1 pontos e as pequenas, 53,3 pontos.