Micro cap dispara 19% e corretora dos “tubarões” lidera as compras

Fora do Ibovespa, a Renar Maçãs chegou a disparar 24% hoje, com compra de R$ 440 mil intermediada pelo HSBC, corretora das grandes empresas da Bovespa

Marina Neves

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SÃO PAULO – Fora do Ibovespa, a micro cap Renar Maçãs (RNAR3) disparou na sessão desta terça-feira (29), registrando alta de 19,05%, cotada a R$ 0,25. Hoje, as ações chegaram a bater seu maior patamar do ano no intraday, além de chegar na máxima de hoje com alta de 24%. O que chamou atenção do mercado neste pregão foi que o volume apresentado, muito discrepante do restante, movimentando um total de R$ 2,10 milhões em pouco mais de mil negócios – batendo seu maior volume desde dezembro do ano passado. Além disto, é de se notar que o principal saldo comprador de hoje foi do HSBC, voltado para o investidor pessoa jurídica.

De acordo com dados do programa Profit Chart, as corretoras que mais intermediaram ordens de compra e venda hoje foram a XP Investimentos e a Concórdia, ambas conhecidas por terem maior participação de investidor pessoa física, o que pode justificar a grande parcela. Porém, ao analisar os dados do saldo final – deiferença entre ações compradas e vendidas -, os números do HSBC ficaram positivos em 440 mil.

O interessante é perceber que, não sendo o feitio de grandes corretoras, como a do HSBC, ter como principal participação o investidor pessoa física, provavelmente algum “peixe grande” encarteirou ações da Renar Maçãs, já que o saldo revela que a corretora comprou estes 440 mil papéis e não vendeu.

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Com produção anual de 40 mil toneladas por ano de maçãs, a companhia tem passado por um período ruim na Bolsa, já que desde o final de 2011 até agora, as ações da empresa operaram com cotações próximas aos R$ 0,30 – uma diferença muito grande de 2008, quando as ações atingiram sua máxima histórica de R$ 2,81. Sendo uma empresa muito endividada, com dívidas que beiram a casa dos R$ 100 milhões apresentado nos últimos anos, as ações da Renar Maçãs caíram no período de 2008 para cá 91%. 

É importante lembrar que um fator que pode ter atraído investidores para a companhia, é que no dia 14 deste mês a Renar Maçãs passou a participar de um grupo de 7 companhias que não cobrarão Imposto de Renda sobre o lucro na compra das ações. A lista faz parte de um “pacotão” de medidas pró-mercado anunciadas no final de junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. 

Apesar do período não ser tão bom assim, os resultados nestes últimos trimestres sinalizam uma recuperação da companhia, que apresentou um endividamento menor e foram impulsionados pelo aumento no preço médio da maça – somente neste 1º semestre de 2014 o preço da fruta cresceu mais de 160%.

Em entrevista ao InfoMoney realizada em maio, o diretor de RI da empresa, Henrique Rollof, disse que essa tendência de alta nos preços da fruta chegue a R$ 3,05. Com isso, a Renar espera uma recuperação nos papéis da empresa na Bolsa e estima finalizar o ano com uma dívida líquida entre R$ 38 milhões e R$ 42 milhões, uma redução de 27% a 34% na comparação com o ano anterior.