Megainvestidor em bolsa, Barsi eleva participação em small cap que saltou 264% em 2017

Luiz Barsi agora possui 20,01% dos papéis PNB da Unipar; no mês passado, ele elevou fatia em ativos UNIP5

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Acionista que teve uma participação ativa na Unipar (UNIP3; UNIP5; UNIP6) em 2017 em meio à disputa para barrar a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da companhia, o megainvestidor em bolsa Luiz Barsi Filho aumentou a sua fatia nos papéis PNB (ou UNIP6) da companhia. Com compras realizadas nos pregões na bolsa até o último dia 1, o megainvestidor concluiu a meta final de alcançar a posição de 10.628.538 ações preferenciais nominativas dos ativos representando, com isso, uma participação de 20,01% sobre esse tipo e classe de ações.

No mesmo comunicado, a companhia aponta a declaração de Barsi que a referida “participação tem por alvo o investimento puro e simples, sem pretender exercer qualquer interferência na administração da companhia”, e que “a meta de atingir tal participação se enquadra no projeto final de um processo que durou inúmeros anos”.

Vale ressaltar que, em janeiro, Barsi já havia anunciado a elevação nos papéis UNIP5, passando a deter 12,22% sobre esse tipo de classe de papéis.  As ações UNIP5 saltaram 255,7% em 2017, enquanto os ativos UNIP6 subiram 264% e já avançam cerca de 21% apenas em 2018. 

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A Unipar é uma small cap da bolsa que tem como principal atividade a fabricação de cloro. O ano passado foi marcado pela briga societária entre os acionistas minoritários, liderados por Barsi, e a holding controladora Vila Velha, que teve um desfecho positivo para os minoritários ao barrarem a OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações.

Para a saída do mercado, o controlador da empresa ofereceu o valor de R$ 7,50 que, pelos múltiplos estava muito longe do valor justo, tanto que a oferta foi cancelada no final de julho e tirou uma verdadeira “âncora” do papel, que levou a uma disparada de mais de 90% desde então . Em 2018, os papéis UNIP5 já sobem 13% e os ativos UNIP6 avançam cerca de 20%. 

Em artigo, a Suno Research apontou que, pelo fato de a Unipar ter atravessado um período de bastante “nebulosidade” – muito por conta de um processo de tentativa de fechamento de capital (OPA) no ano passado liderado por parte de seus controladores e que se mostrou insustentável – a companhia passou bastante tempo subavaliada pelo mercado, o que gerou boas oportunidades de entrada no ativo a preços bastante descontados no primeiro semestre de 2017.

No mês passado, a casa de research já havia reforçado visão positiva para a companhia, apontando os resultados trimestrais. No terceiro trimestre do ano, a receita operacional líquida consolidada da Unipar foi de R$ 799,5 milhões, 8% superior ao segundo trimestre de 2017, explicada principalmente pelo aumento no volume de vendas (14% de PVC e 3% de químicos), do aumento no preço de PVC e soda no mercado internacional e desvalorização das moedas locais frente ao dólar.

A Suno apontou que o saldo da dívida líquida consolidado no mesmo período foi de R$ 395,8 milhões, 229% superior quando comparado ao saldo do segundo trimestre de 2017. Esta variação é explicada, em grande parte, pelos financiamentos adquiridos no terceiro trimestre para alongamento de seus prazos e capital de giro. Entretanto, aponta a Suno, ao se analisar esses compromissos com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) acumulado dos 12 meses da companhia, percebe-se que essa relação se entra dentro do que se considera saudável para qualquer empreendimento. “Isso demonstra a responsabilidade que a Unipar apresenta frente ao mercado no que diz respeito ao seu nível de alavancagem”. 

“Entendemos que a companhia tem tudo para continuar nesse ritmo de ascensão operacional, o que pode ser traduzido em maior geração de valor e distribuição de dividendos para seus acionistas que, diga-se de passagem, têm sido bastante satisfatórios, principalmente no ano passado”, apontou a casa de research. 

Falando em dividendos, em agosto do ano passado, a Unipar aprovou generosos dividendos aos acionistas, fazendo com que Barsi “faturasse” R$ 59,6 milhões (veja mais clicando aqui).  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.