Magazine Luiza continua em ciclo virtuoso após 3 anos invejáveis, apostam analistas

Mercado celebra investimentos em logística, Super App e diversificação de portfólio

Paula Zogbi

(Flávio Santana)

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SÃO PAULO – Após três anos de execução invejável, “praticamente sem defeitos”, como escreveu o Bradesco BBI, e com a ação saltando de R$ 1,40 para perto de R$ 50, o Magazine Luiza (MGLU3) conseguiu novamente animar o mercado em seu evento anual para investidores, o Magalu Day. Na ocasião, executivos da varejista apresentaram seus planos para 2020, incluindo a criação de uma conta digital e mais investimentos em malha logística, com objetivo de tornar-se um “sistema operacional do varejo” com seu Super App (leia mais aqui).

Para analistas do Bank of America, a liberação de produtos financeiros para pessoa física (a conta digital Magalu Pay) deve contribuir para maiores taxas de conversão (ou seja: mais vendas), já que o serviço, parceria com o Banco do Brasil, é incorporado ao aplicativo da companhia – já responsável por cerca de 50% das vendas online, ante 32% ano passado.

Já o Bradesco BBI destaca os serviços financeiros voltados aos vendedores do marketplace (os sellers) visando aumentar a penetração do online entre os mais de 6 milhões de varejistas ao redor do país – hoje, apenas 500 mil vendem pela internet. Nessa frente, a empresa vai oferecer antecipação de recebíveis, além de serviços de pagamentos, aumentando acesso a capital de giro. “Ao desenvolver relacionamentos com essas pequenas varejistas e levar seu estoque ao e-commerce, o mercado total potencial do Magalu passa a ser o total de R$ 1,2 trilhão do setor varejista no Brasil, em vez dos R$ 90 bilhões do e-commerce no país”, sugere relatório do time de analistas do banco.

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Além de serviços, a companhia também foca em diversificar produtos com o amadurecimento da integração com a Netshoes e uma nova parceria com a Marisa no centro da estratégia, mas também levando em conta as marcas Zattini, de vestuário, e Época Cosméticos.

As publicações de analistas enxergam o aumento de portfólio como essencial para manter as taxas de crescimento nas vendas, já que a penetração de eletroeletrônicos no e-commerce já é considerável. “O processo de incorporação da Netshoes vem exigindo que o Magalu desenvolva novas ferramentas, particularmente em logística e app, o que provavelmente vai melhorar os APIs para conectar melhor com outros sellers”, disse o JPMorgan.

“Após a integração da Netshoes e implementação de devoluções de pedidos online em lojas físicas, podemos ver maior aceleração dessas categorias, onde a logística reversa é chave”, escreve o Itaú BBA.

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Como não adianta vender online sem entregar, as novas soluções de logística também são celebradas pelo mercado. As soluções omnicanal da empresa, utilizando lojas como mini-centros de distribuição, além dos 17 CDs conectados a mais de 2.400 entregadores permitem entregas em até 48h para mais de 66% dos pedidos e atendimento a 77% da população brasileira. Mais de 70% das entregas já são realizadas pelo serviço próprio de entregas, a Malha Luiza, e pela LogBee, reduzindo a exposição da companhia aos Correios.

Na reunião com analistas, a diretoria da empresa disse estimar que, se todas as entregas do marketplace fossem realizadas com a mesma qualidade do 1P (vendido e entregue pelo Magalu), as vendas poderiam crescer em 94% – isso porque as vendas aumentam conforme diminui o tempo prometido de entrega.

A ação do Magazine Luiza via alta de 0,55% às 13h25 desta segunda (16), em linha com o Ibovespa. No mês, o papel acumula alta de 9,32%. No ano, a valorização supera 119%.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney