Lucro do Santander cai 17%, atingindo R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre

Despesas com provisão crescem 23% frente ao mesmo período de 2011, enquanto carteira de crédito subiu apenas 2,8%

Ana Carolina Cortez

Santander

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SÃO PAULO – O banco Santander (SANB11) registrou lucro líquido de R$ 1,464 bilhão no segundo trimestre, uma queda de 17% em relação ao trimestre anterior e 5,5% sobre o mesmo período do ano passado. Já no acumulado do primeiro semestre, o resultado atingiu R$ 3,2 bilhões, um recuo de 4,3% sobre o consolidado de janeiro a junho de 2011.

O lucro menor é justificado, em parte, pelas despesas com provisões de créditos duvidosos, que tiveram alta de 23% no trimestre e de 47% no semestre, chegando a R$ 6,89 bilhões no acumulado do ano. O índice de inadimplência acima de 90 dias passou de 4,3% em junho de 2011 para 4,9% em 2012.

O resultado, contudo, veio “em linha com as expectativas e com a deterioração econômica no período”, aponta o banco em relatório.

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Crédito em alta
Ao final de junho, a carteira de crédito totalizou R$ 217 bilhões, uma evolução de 17,3% em 12 meses e de 2,8% no trimestre frente ao mesmo período do ano passado. O maior salto na comparação anual foi de Pequenas e Médias Empresas, que evoluiu 23,5%, e de Financiamento ao Consumo, em sua maior parte de veículos, que teve alta de 19,2%. Já no trimestre, destaque para Grandes Empresas, com 5%, e Pessoa Física, com 3,5%.

Dentro da carteira de pessoa física, que somou R$ 68,8 bilhões, os produtos de maior destaque foram cartões (alta de 25% em 12 meses e 6,1% em três meses) e crédito imobiliário (33,9% e 7,6%). Juntos, esse dois produtos responderam por 68% do crescimento da carteira no trimestre.

“Alcançamos um resultado importante dentro de um cenário econômico complexo e estamos preparados, com força comercial cada vez maior, para acelerar no segundo semestre, quando alguns fatores conjunturais devem se mostrar mais favoráveis”, diz Marcial Portela, presidente do banco.

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Segundo a companhia, mesmo nesse cenário de desaceleração econômica, o Santander aumentou sua atividade comercial “e deu seqüência ao crescimento da carteira de crédito, além de conservar um nível elevado de captações de clientes”, apontou em nota à imprensa.

Despesas crescentes
O volume de captações totais, que incluem fundos de investimentos, atingiu R$ 333,1 bilhões em junho, crescimento de 11% na comparação anual e de 2% no trimestre. Com uma atividade de crédito mais elevada, a margem financeira continuou crescente e atingiu R$ 8,4 bilhões, aumento de 23,9% em um ano e 3,7% no trimestre. 

No que compete às despesas, houve um breve recuo de 0,9% no trimestre, mas aumento de 10,3% na comparação ao segundo semeste de 2011. A companhia justifica o resultado com “investimentos em expansão comercial”. 

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Ainda assim, o patrimônio líquido da companhia cresceu 11,5% em 12 meses e 1,3% no trimestre, atingindo R$ 51,1 bilhões em junho de 2012. Já o Índice de Basileia apurado foi de 21,9% no trimestre. De janeiro a junho, a operação brasileira respondeu por 26% do resultado global do Grupo Santander.