Jack Ma deixa conselho do SoftBank após prejuízos bilionários no primeiro trimestre

Parte das perdas vieram do Vision Fund que apoia startups em todo mundo

Pablo Santana

Publicidade

SÃO PAULO – O fundador do Alibaba, Jack Ma, está deixando o conselho da SoftBank após o conglomerado japonês, comandado por Masayoshi Son, reportar um prejuízo líquido de US$ 8,9 bilhões no ano fiscal encerrado em março, atribuindo grande parte das perdas à pandemia.

A decisão reflete a intenção do executivo de se concentrar em trabalhos filantrópicos. Ma já renunciou ao cargo de presidente do Alibaba em setembro do ano passado e deve deixar seu cargo no conselho da empresa japonesa na assembléia geral anual deste ano.

O anúncio de Ma, que é o homem mais rico da China e tem um patrimônio líquido de US$ 41,8 bilhões, acontece no momento em que as perdas operacionais anuais do Sofbank atingem a marca de 1,36 trilhão de ienes, cerca de US$ 13 bilhões.

Continua depois da publicidade

O resultado é o maior prejuízo da história do grupo, que também anunciou que não pagará dividendos neste ano fiscal, o que não acontecia desde 1994.

Grande parte das perdas (US$ 18 bilhões) são oriundas do Vision Fund de US$ 100 bilhões, fundo do conglomerado voltado para empresas de tecnologia. O Vision Fund fez grandes investimentos em empresas que registravam alto crescimento, como WeWork, Uber, Oyo e Doordash, mas viu boa parte delas perder valor de mercado nos últimos meses, com a pandemia de coronavírus.

A situação fez com que Son, CEO do grupo, afirmasse que 15 das 88 empresas apoiadas pelo conglomerado irão à falência.

Continua depois da publicidade

“Foi tolice da minha parte investir no WeWork. Eu estava errado”, disse Son durante a teleconferência que apresentou os resultados financeiros do SoftBank nesta segunda.

O conglomerado também está envolvido em uma disputa na Justiça com a WeWork, depois de desistir de uma oferta de US$ 3 bilhões acordada entre as partes. O SoftBank resgatou financeiramente a empresa de compartilhamento de escritórios após uma tentativa fracassada de abertura de capital no ano passado.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios