Empresas chinesas ameaçam punir empregados que utilizam produtos da Apple

A detenção de uma das executivas da marca chinesa de eletrônicos Huawei causou reação furiosa na mídia estatal chinesa e em alguns fornecedores 

Mariangela Castro

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SÃO PAULO – A detenção de uma das principais executivas da chinesa Huawei, a pedido dos Estados Unidos, fez com que algumas empresas e grandes grupos empresariais chineses pedissem que seus trabalhadores boicotassem produtos da Apple e de outras norte-americanas, segundo o portal CNN.

Organizações de toda a China pediram que seus membros demonstrassem apoio à marca Huawei. Algumas  ofereceram subsídios para a compra de smartphones chineses, outras ameaçaram punir aqueles que forem pegos com produtos da Apple.

Em comunicado, a Câmara de Comércio de Nanchong, em Xangai, disse que os EUA pretendem conter a ascensão da China. “Nós, chineses devemos permanecer unidos e apoiar nossos produtos nacionais.”

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A diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida em Vancouver no dia 1° de dezembro. Ela é filha do fundador da empresa e correu risco de ser extraditada para os Estados Unidos, o que provocou fúria na mídia estatal chinesa. No dia 11, ela foi libertada sob fiança. 

Um editorial publicado no People’s Daily, porta-voz oficial do Partido Comunista Chinês, questionava: “Tratar um cidadão chinês como um criminoso sério, atropelar seus direitos humanos básicos e desonrar sua dignidade? Como este é o método de um país civilizado? Como isso pode não deixar as pessoas furiosas?”

Em entrevista à CNN, Rana Mitter, diretora do Centro Chinês da Universidade de Oxford, disse que boicotes aos produtos norte-americanos são uma prática recorrente na China nas últimas três décadas. No entanto, “se não houver alguma permissão oficial para levar o boicote adiante, como aconteceu em 2012 com as manifestações do Japão, ele não costuma atingir maior nível.”

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Pedido de boicote

Apesar de nenhuma grande empresa ou departamento governamental ter participado publicamente dos pedidos de boicote, uma série de fornecedores e grupos menores estão entusiasmados com esta causa.

A Menpad, fornecedora de peças eletrônicas de Shenzhen, informou na última segunda-feira que daria 15% de subsídio a qualquer funcionário que comprasse celulares das chinesas Huawei e ZTE.

O aviso destinado aos membros da equipe dizia que “a empresa vai punir os membros que comprarem smartphones da Apple com uma multa de 100% do preço de mercado.” Além disso, era necessário “parar de comprar marcas dos EUA para equipamentos da empresa, como computadores de trabalho.”

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Já no oeste do país, na província de Sichuan, a Chengdu RYD Information Technology disse que só daria origem a equipamentos da Huawei a partir de agora, e também ofereceria 15% de subsídio aos seus funcionários para produtos da Huawei.

Segundo o secretário da Câmara de Comércio de Nanchong, Luo Qiang, em entrevista à CNN, o governo não guiou estas empresas a ordenar boicote. “Nós não temos armas ou canhões, nós, como cidadãos comuns, temos a liberdade de expressão.”

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