B2W tem resultados ambíguos no trimestre e ação despenca

Taxa de crescimento da empresa está desacelerando, e a ação pode estar cara demais  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Crescimento de receita em 1,1%; Ebitda ajustado quase 11% maior e movimento de modernização em curso, resultando em vendas online acima de 50% do total pela primeira vez. Se parece um trimestre razoável para a B2W (BTOW3), a realidade é mais dura: a ação despencou 5,8% nesta quinta-feira (1), após a divulgação do balanço.

Há razões para isso, e nem todas elas podem ser lidas no relatório entregue pelas empresas ao mercado financeiro.

A primeira delas está, de fato, nos números. O volume total de vendas em reais (GMV) veio abaixo do esperado pelo mercado, crescendo 24% ano a ano.

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No recorte do marketplace, o mesmo indicador subiu 65% – o que indica uma desaceleração no crescimento da frente digital dos negócios da varejista. Para alcançar os números esperados para o quarto trimestre, a tendência terá de ser de crescimento acelerado.

Mais preocupante ainda foi um salto visto nas despesas financeiras. No trimestre, as despesas ajustadas totalizaram R$ 359 milhões, ante os R$ 271,1 registrados no mesmo período do ano anterior.

Outro motivo, ainda, pode ser a simples correção da ação à realidade. Desde o início do ano, o papel da empresa já subiu 58,54% – patamar que mostra um provável otimismo prévio que pode ter sido frustrado com o resultado divulgado.

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“Embora os resultados do trimestre tenham sido fortes, nossa opinião é que grande parte do desempenho se deve à base de comparação, pois ainda não conseguimos ver claramente quanto de seus resultados vem do desempenho operacional”, disseram analistas do Brasil Plural em relatório sobre a empresa. Eles lembram que a varejista está em pleno momento de reestruturação para um modelo 3P – focado em pessoas, processos e produtos.

Para os próximos meses, a empresa terá de se provar resiliente e resistente à concorrência, dado que boa parte das varejistas brasileiras investem cada vez mais em inovação – e a B2W já está para trás do Magazine Luiza nesta mudança.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney