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SÃO PAULO – Mirando o segmento de valor (com preços mais em conta), até então inexplorado pela empresa, a Ambev lançou recentemente a cerveja Nossa. A redução de custos é garantida pelo uso de mandioca misturada na cevada, além do foco em garrafas de vidro 300ml e embalagens retornáveis de 600ml.
De acordo com analistas do Credit Suisse, a bebida está sendo vendida a desconto entre 30% e 40% com relação às marcas mainstream (Skol e Itaipava) e 10% de desconto para a Schin, que é do mesmo segmento. “Pelas nossas conversas com a Ambev, os esforços de otimização de custos levaram a marca a não diluir as margens da empresa”, escreveram os especialistas em relatório.
Por enquanto, a Nossa tem produção e vendas exclusivamente em Pernambuco – a própria mandioca utilizada é cultivada por pequenos agricultores da região norte do estado, no entorno da cidade de Araripina.
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“Além de trazer um ingrediente tão típico da nossa gastronomia, ela também fomenta toda uma cadeia produtiva da microeconomia, em uma região pobre e sem muitos investimentos”, afirma Ricardo Melo, pernambucano e vice-presidente de vendas da Ambev.
O DNA local, além de incentivar o consumo por uma camada nova da pirâmide social, é utilizado inclusive como marketing para a cerveja. “Ela enaltece o conceito de ser pernambucano, por meio de três pilares: o engajamento social; o desenvolvimento da economia local; e a valorização da gastronomia e da cultura”, ressalta o executivo.
Competitividade
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Embora ainda seja um esforço ainda concentrado, a novidade pode aumentar a competitividade da Ambev enquanto cresce a ameaça da Heineken. Desde a compra da Brasil Kirin, analistas do setor intensificaram a cautela com que veem a dona da Skol, líder no mercado brasileiro. No segmento de valor, a empresa da estrela soma os rótulos Schin, Kaiser e Glacial.
No fim de agosto, a Heineken anunciou que a distribuição de suas cervejas pela Femsa cresceu 59% em julho. A marca também destacou o mercado brasileiro entre os responsáveis pelo aumento de 4,5% no aumento de volume de vendas. Na ocasião, o analista Leandro Fontenesi, do Bradesco BBI, escreveu que o gap de distribuição entre as duas empresas deve ser zerado nos próximos 3 anos.
A ação ABEV3 acumula queda de 10,61% neste ano, mas vê leve alta de 0,05% nesta quinta-feira, enquanto o Ibovespa cai 0,17%.