Maquininhas em confronto: PagSeguro mostra que está pronta para contra-atacar

Resultados da empresa vieram fortes no trimestre e ação disparou, mas analistas seguem cautelosos pela qualidade da competição  

Paula Zogbi

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Empréstimo pessoal e para microempresas deve ser a próxima novidade na artilharia da PagSeguro, que anda mergulhada de cabeça na guerra das maquininhas. O tema foi pincelado pelos executivos da empresa em teleconferência com analistas sobre os resultados consolidados do segundo trimestre, liberados na última quinta-feira (30). Segundo eles, novidades neste sentido são esperadas ainda para este ano, mas a data não foi liberada porque há alto nível de cautela sobre o tema.

A empresa teve lucro líquido de R$ 227,6 milhões entre abril e junho, alta de 176,8% em comparação ao mesmo período do ano passado e acima das expectativas de boa parte dos analistas que cobrem o setor. A receita líquida foi de R$ 1 bilhão, alta de 79,8% e a margem líquida ficou em 22,7%, enquanto o número de terminais mais que dobrou, para 16,8 mil ante 8,1 em 2017. As ações da empresa, negociadas na bolsa de Nova York, dispararam quase 12% após a divulgação destes números.

Os executivos afirmam que o crescimento de competidores como Stelo e Credicard no mercado das pequenas e médias empresas ainda não afeta consideravelmente o crescimento da fabricante da Moderninha. Um dos temas de destaque na conferência foi a aparente menor importância da MDR (taxa cobrada sobre transações a comerciantes) para a clientela dos produtos da PagSeguro, dado o baixo volume capturado pela maioria das empresas atendidas. Isso é importante porque o Itaú trouxe taxas muito mais baixas que a concorrência com o lançamento recente da POP Credicard.

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Entre as análises do resultado, o Itaú BBA divulgou um dos relatórios mais otimistas para a empresa. Céticos quanto à possibilidade de mudanças na regulamentação brasileira que prejudicariam a empresa (saiba mais aqui), os analistas Alexandre Spada, Thiago Bovolenta Batista e Bruno Rocha elogiaram novidades apresentadas pela companhia, como a possibilidade de pagar contas diretamente através da conta virtual do PagSeguro. Eles esperam upside de 38,2% para a ação, atualmente em US$ 28,79, após disparada de quase 12% nesta sexta-feira (31).

Outras análises foram mais cautelosas. Para o Credit Suisse, a recomendação é negativa (underperform) com preço-alvo de US$ 25, mas os analistas LucasLopes, Marcelo Telles, Alonso Garcia e Otavio Taganelli não acreditam que a competição é o que irá prejudicar a empresa. “Estamos diminuindo nossa estimativa de preço em face principalmente da depreciação do real”, explicam.

Com avaliação neutra, o BTG Pactual tem outra visão sobre o campo de batalha das maquininhas. “Incumbentes parecem concordar que a transformação da indústria de cartão de crédito e adquirência em um negócio menos rentável pode ser necessária para batalhar contra a competição”, escreveram os analistas. “A batalha será difícil”, apostam, mas “a PagSeguro está, naturalmente, muito bem preparada para contra-atacar: é bem capitalizada, tem marca forte e garante preços baixos de aquisição”, opinam.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney