ESG deve ser estratégia da companhia e não iniciativa isolada, defendem executivos da JBS, Omega Geração e Aegea

Joanita Karoleski, da JBS, Andrea Sztajn, da Omega Geração, e Rogério Tavares, da Aegea Saneamento, participaram de painel da Expert XP na quarta-feira

Mariana Zonta d'Ávila

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

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SÃO PAULO – O aumento da relevância de temas ESG, de melhores práticas ambientais, sociais e de governança, por parte das empresas tem contribuído para um aumento da demanda por fontes de energia e iniciativas sustentáveis.

Ainda assim, medidas isoladas, deslocadas da estratégia principal da companhia, não devem caracterizar uma empresa como ESG. Essa é a avaliação de executivos da JBS (JBSS3), Aegea e Omega Geração (OMGE3). O assunto foi tema de painel da Expert XP 2021, realizado na quarta-feira (25).

“ESG não é só uma área; é uma estratégia da companhia”, disse Joanita Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia, destacando que as empresas devem se moldar por inteiro sob critérios socioambientais.

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A avaliação é compartilhada por Andrea Sztajn, CFO da Omega Geração. “O ESG precisa estar alinhado com as atividades da companhia; não adianta fazer iniciativas deslocadas do seu chore business”, disse.

Segundo ela, o ESG precisa atingir todos os acionistas e funcionários da companhia, endereçando as frentes no dia a dia das operações da companhia e não deve ser algo abordado apenas de forma pontual.

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Rogério Tavares, diretor da Aegea Saneamento, que também participou do painel, chamou atenção ainda para a parte social do negócio, especialmente no momento de expansão para novas cidades.

“Se não ficarmos próximos das pessoas, oferecendo mais do que um bom serviço de água e esgoto, nunca vamos conseguir nos legitimar. A licença social para operar só acontece quando somos reconhecidos pela população”, disse.

Mercado potencial de energia limpa

Durante o painel, Andrea, da Omega Geração, afirmou que tem visto uma crescente demanda por parte dos clientes na busca por energia renovável.

Segundo ela, isso acontece porque o tema ESG está em voga e também, por ser a fonte de energia mais barata.

“Temos visto um crescimento forte no mercado, mas ainda limitado a empresas e médios consumidores que podem adquirir esse tipo de energia no mercado livre”, disse.

Com a aprovação de novas regulamentações, contudo, a avaliação de Andrea é de que a demanda aumente ainda mais – o que gera oportunidades. Segundo ela, o mercado, hoje ao redor de R$ 8 bilhões, pode passar para R$ 110 milhões, com consumidores buscando energias renováveis.

“É difícil ver um motivo para investir em qualquer outra fonte de energia. Temos capacidade de crescer a matriz energética [do país] nos próximos dez anos para sermos 80% renovável”, diz.

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