Destacando alta da margem Ebitda, Santander recomenda compra das ações da Saraiva

Livraria deverá manter sua margem Ebitda acima de 20% até 2013, projetando um aumento de 100 pontos-base por ano

Publicidade

SÃO PAULO – Após uma semana de reuniões com os investidores institucionais internacionais da Saraiva (SLED4), os analistas Bruno Giardino e Daniel Gewehr, do Santander, reiteraram sua recomendação de compra para os papéis da empresa, com um preço-alvo projetado para o final de 2012 em R$ 49,00, um expressivo potencial de valorização de 60,55% em relação ao último fechamento.

Além disso, o banco destaca os esforços da empresa de varejo e consumo em manter a sua margem Ebitda (relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa) em um patamar superior a 20% até 2013, focada em buscar um aumento de 100 pontos-base por ano até 2013.

Para realizar o plano de expansão de sua margem, a Saraiva buscará sustentação no lançamento de serviços de receita compartilhada, como a garantia estendida para produtos eletrônicos e assistência técnica nas lojas, além da busca por uma captação mais eficiente de ganhos em despesas com vendas gerais e administrativas.

Continua depois da publicidade

Além disso, a empresa afirmou que deverá implementar o seu programa de gestão de relacionamento com clientes. Com isso, a Saraiva deverá realizar um projeto de marca em sua operação de varejo, a fim de estimular um melhor relacionamento com os clientes e proporcionar a alavancagem das suas vendas.

Saraiva destaca-se em relação às outras grandes livrarias
Para os analistas, o mix diversificado de produtos da Saraiva é a principal razão para que a livraria se diferencie das demais. Segundo eles, 52% das vendas da Saraiva no último ano foram provenientes de categorias não-livros. Por sua vez, o crescimento das operações de comércio eletrônico – que representa 36% das vendas no varejo atualmente – também serviu como um diferencial para a companhia.

Contudo, o Santander não descarta a importância da abordagem disciplinada de abertura de lojas administrada pela Saraiva, que baseia-se em uma análise DCF (Fluxo de Caixa Descontado, na sigla em inglês), incorporando mudanças adicionais no mix de produtos no longo prazo.

Sistema de ensino da Saraiva
Mesmo acreditando que os livros didáticos continuarão a liderar a receita da editora, Giardino e Gewehr afirmam que a adição de “características digitais” e apoio pedagógico para livros didáticos deverá estimular um crescimento dos sistemas de ensino.

Vale mencionar que a base de alunos do Ético (sistema de ensino da Saraiva para escolas particulares) registrou um aumento de 39% nos três primeiros meses deste ano, já que o Agora (sistema de ensino para escolas públicas) deverá começar a gerar receita em 2012.