Bradesco BBI recomenda compra para Oi e vê potencial de alta de mais 50% para ação

Contudo, papéis fecharam em queda após chegarem a subir 9% na máxima do dia; analista destaca que a perspectiva para que seja aprovado o quanto antes o PLC 79 impulsione os ativos da companhia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário sobre a Oi (OIBR3;OIBR4) desde a divulgação do resultado do segundo trimestre de 2019 é bastante movimentado. Com o balanço, tornou-se mais evidente a situação complicada da empresa de telefonia, que mostrou uma forte queima de caixa e levou a uma forte volatilidade das ações ao sabor dos rumores de intervenção ou venda de fatias da companhia. 

Ao mesmo tempo em que a percepção de risco aumentou, também foi elevada a pressão para a busca de uma saída para a companhia – e isso envolve o Congresso brasileiro, com uma maior pressão para que seja aprovado o quanto antes o Projeto de Lei Complementar (PLC) 79, que faz uma reforma no setor de telecomunicações.

Tendo como base principalmente a expectativa para que o PLC 79 seja aprovado mais rapidamente, Fred Mendes, analista do Bradesco BBI, elevou a recomendação dos papéis OIBR3 para outperform (desempenho acima da média do mercado). O preço-alvo é de R$ 1,80, o que configura um potencial de valorização de 56,52% frente ao fechamento desta segunda-feira (2). 

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“Após o resultado fraco e de chegar a negociar na casa dos R$ 0,73, a recomendação foi elevada uma vez que a pressão referente á troca da gestão, a necessidade de caixa e a sugestão de possível intervenção por parte da Anatel elevaram a pressão para que o PLC79 seja votada nesta semana, podendo ser aprovado até setembro de 2019”, avalia. 

Com a aprovação do PLC, a  Oi passaria de um modelo de concessão para um modelo autorizado de telefonia fixa – a companhia se beneficiaria de uma estrutura corporativa e fiscal mais eficiente, além de virar um alvo mais atrativo de fusões e aquisições.

Mendes também ressalta que o receio relacionado à liquidez da Oi voltou a ser uma preocupação grande após os resultados do segundo trimestre devido à queima de caixa de R$ 2 bilhões e aumento da expectativa dos gastos com capital para R$ 7,5 bilhões em 2019 (ante dado anterior de R$ 7 bilhões). A companhia apontou que uma oferta não está entre seus planos e, segundo o analista, nos só aumentaria a liquidez no curto prazo meio de dívida.

“Por fim, acreditamos que o próximo grande catalisador para a companhia seria a venda de sua fatia na Unitel (possui 25% da empresa) – de acordo com a gestão. A companhia está no caminho para completar esse negócio até o fim do ano, o que ajudaria a companhia a investir na estratégia de fibra ótica”, afirma o analista. 

Os papéis ON chegaram a subir 9,24% na máxima do dia, enquanto os ativos OIBR4 tiveram ganhos de até 4,88%. Contudo, as ações viraram para queda no final da sessão (baixa de 3,36% para OIBR3 e 5,49% para OIBR4), mostrando que muitas emoções estão reservadas para quem investe na companhia. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.