Venezuela liberta 99 pessoas detidas em protestos eleitorais de 2024

Pelo menos 2.000 pessoas foram presas em decorrência da violência pós-eleitoral, ​segundo o governo de Maduro

Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um protesto contra uma possível escalada das ações dos EUA em relação ao país, na base militar de Fort Tiuna, em Caracas, Venezuela, em 25 de novembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um protesto contra uma possível escalada das ações dos EUA em relação ao país, na base militar de Fort Tiuna, em Caracas, Venezuela, em 25 de novembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo

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(Reuters) – A Venezuela libertou 99 ‍pessoas presas após os protestos eleitorais do ⁠ano passado, informou a autoridade penitenciária do país na ‍quinta-feira (26), mas grupos de direitos humanos disseram acreditar que o número é menor, apesar da crescente pressão de Washington ‌sobre o presidente Nicolás Maduro.

Os Estados Unidos acumularam uma enorme presença militar no Caribe, mataram dezenas de pessoas em ataques a embarcações perto da costa da Venezuela — que, segundo alegam, transportavam drogas — e apreenderam dois navios venezuelanos carregados de ‌petróleo bruto. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que ‌seria inteligente para Maduro deixar o poder.

Centenas de pessoas em Caracas, capital da Venezuela, e em outras partes do país sul-americano foram às ruas após a eleição presidencial de julho de 2024, batendo panelas e bloqueando ‌estradas, exigindo que a oposição fosse declarada vencedora.

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Pelo menos 2.000 pessoas foram presas em decorrência da violência pós-eleitoral, ​segundo o governo, cujo procurador-geral anunciou, momentos depois, a libertação de vários grupos de detidos, incluindo dezenas de menores de 18 anos.

A autoridade eleitoral da Venezuela e o Supremo Tribunal Federal declararam que Maduro venceu as eleições e que os protestos visavam minar sua vitória para um terceiro mandato de seis anos.

No final do dia de Natal, o Ministério dos Serviços Penitenciários afirmou nas redes sociais que as ​autoridades ‘decidiram avaliar cada ⁠caso individualmente e ⁠conceder medidas cautelares de acordo com a lei, o que levou à libertação ‌de 99 cidadãos’.

O comunicado afirmava que o grupo havia sido detido ‘por sua participação em atos de violência e incitação ao ódio após o dia da eleição de ‍2024’.

O Comitê para a Liberdade dos Ativistas Sociais, uma ONG local, afirmou no X que esse ‘número ​não corresponde à ‌realidade’.

O Fórum Penal, outra ONG, afirmou que só conseguiu confirmar a libertação de ‍45 pessoas — 27 homens, 15 mulheres e três adolescentes — que haviam sido ‘detidas arbitrariamente por motivos políticos’.

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‘Continuamos a verificar outros casos possíveis’, afirmou.

O governo de Maduro afirma não ter presos políticos, mas sim ‘políticos presos’ que buscam desestabilizar o país.