Ucrânia causa prejuízo de US$ 7 bilhões à Rússia com ataque a frota aérea estratégica

Bombardeiros e aviões de vigilância foram destruídos em operação secreta; reposição é lenta e difícil

Paulo Barros

Fumaça sobe após o que as autoridades locais chamaram de ataque de drone ucraniano, durante o conflito entre Rússia e Ucrânia, em Olenegorsk, na região de Murmansk, Rússia, nesta imagem estática de um vídeo de mídia social divulgado em 1º de junho de 2025. Mídia social via REUTERS
Fumaça sobe após o que as autoridades locais chamaram de ataque de drone ucraniano, durante o conflito entre Rússia e Ucrânia, em Olenegorsk, na região de Murmansk, Rússia, nesta imagem estática de um vídeo de mídia social divulgado em 1º de junho de 2025. Mídia social via REUTERS

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A Operação Teia de Aranha, realizada pela Ucrânia neste domingo (1º), resultou na destruição de 41 aeronaves militares russas em uma ação que gerou perdas estimadas em mais de US$ 7 bilhões, segundo a inteligência ucraniana. A ofensiva atingiu quatro bases aéreas em regiões distantes do front, utilizando drones camuflados em caminhões.

Entre os modelos atingidos estão os bombardeiros de longo alcance Tupolev Tu-95 e Tu-22M, além das aeronaves de comando e vigilância A-50. Essas aeronaves são peças-chave na estratégia militar russa, usadas para lançar mísseis contra a Ucrânia e coordenar sistemas de defesa aérea.

Diferentemente de munições ou drones, que podem ser repostos com rapidez, esses aviões exigem anos de produção, alta especialização técnica e investimentos elevados. Por isso, especialistas consideram que o ataque representa um impacto logístico e simbólico significativo para a força aérea russa.

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Danos de longo prazo

A SBU, agência de segurança interna da Ucrânia, estima que 34% da frota de bombardeiros estratégicos da Rússia foi danificada ou destruída na operação. Vídeos divulgados mostram aeronaves em chamas em bases localizadas em Irkutsk, Murmansk, Ivanovo e Dyagilevo.

Segundo analistas ouvidos pelo Financial Times, a ação enfraquece a capacidade de dissuasão e projeção de força da Rússia no cenário global, mesmo que não altere diretamente o controle territorial do conflito.

A dificuldade em repor as aeronaves pode comprometer futuras ofensivas aéreas russas e evidencia uma vulnerabilidade estrutural diante de táticas assimétricas e tecnologias acessíveis utilizadas pela Ucrânia.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)