Turquia amplia sanções e interrompe todo o comércio com Israel

Turquia já vinha restringindo exportações para o país, mas a medida era limitada a 54 categorias de produtos; ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz chamou o presidente turco Erdogan de "ditador"

Roberto de Lira

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A Turquia decidiu ampliar suas sanções e anunciou na noite de quinta-feira (2) que interrompeu todas as operações de comércio exterior com Israel, por conta do que chamou de “agressão contra a Palestina em violação do direito internacional e dos direitos humanos”. Os dois países tiveram um volume de comércio de US$ 6,8 bilhões em 2023.

As autoridades turcas vão se coordenar com as autoridades palestinas para garantir que os palestinos não sejam afetados pela suspensão das importações e exportações, disse Ministério do Comércio turco.

Após o anúncio oficial, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, acusou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de “quebrar acordos ao bloquear portos para importações e exportações israelenses”. “É assim que um ditador se comporta, desconsiderando os interesses do povo e dos empresários turcos e ignorando os acordos comerciais internacionais”, escreveu Katz na rede X.

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Segundo a agência de notícias Anadolu, o Ministério do Comércio turco já vinha restringindo exportações para o país desde 9 de abril, mas a medida era limitada a 54 categorias de produtos. No entanto, decidiu por ampliar as sanções  porque o governo israelense “continuou sua postura agressiva”, dando continuidade à tragédia humanitária na Faixa de Gaza.

O jornal The Times of Israel informou, citando o diário financeiro Globes, que os portos turcos já estavam impedindo a exportação de mercadorias para os portos de Haifa e Ashdod, enquanto as mercadorias israelenses que chegavam à Turquia não estavam sendo descarregadas.

O governo turco informou que, desde 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram o território israelense matando 1,2 mil pessoas e fazendo centenas de reféns, tomou iniciativas ao mais alto nível e usou todas as ferramentas da diplomacia para parar os confrontos, evitar perdas humanitárias e destruição física, além de tentar garantir um cessar-fogo permanente.