Putin diz que suspeitos de ataque terrorista foram presos a caminho da Ucrânia

Presidente classificou como "massacre proposital" o atentado em casa de shows que deixou 133 mortos e declarou o domingo como dia de luto nacional

Equipe InfoMoney

o presidente da Rússia, Vladimir Putin (Kremlin/Divulgação)

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou como “massacre proposital” o atentado terrorista em uma casa de shows na região metropolitana de Moscou, que deixou 133 mortos na sexta-feira (22), e declarou o domingo (24) como dia de luto nacional.

“Atiraram à queima-roupa contra nossos cidadãos e nossos filhos”, afirmou Putin em um discurso televisionado à nação, neste sábado (23). Ele também chamou o ataque de “ato sangrento de intimidação” e expressou “profundas e sinceras condolências a todos aqueles que perderam seus entes queridos”. “Todo o país e todo o nosso povo estão de luto com vocês”.

Mais cedo, forças de segurança russas anunciaram a prisão de 11 suspeitos de participarem do atentado no Crocus City Concert Hall, em Krasnogorsk.

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O Estado Islâmico, grupo terrorista que atua entre o Iraque e a Síria e já chegou a controlar grandes partes dos dois países, reivindicou a autoria dos ataque. É o ataque mais mortal na Rússia desde o cerco a uma escola em Beslan, em 2004, quando militantes islâmicos fizeram mais de mil pessoas reféns, inclusive centenas de crianças.

Fuga para a Ucrânia

Putin disse que quatro suspeitos de envolvimento direto no ataque foram presas a caminho da Ucrânia — país invadido pela Rússia em 2022. “Todos os quatro autores diretos do ataque terrorista, todos aqueles que atiraram e mataram pessoas, foram encontrados e detidos. Eles tentaram se esconder e se mudar para a Ucrânia”.

Após o discurso do presidente russo, um porta-voz da agência de espionagem militar da Ucrânia afirmou que o país não está envolvido no ataque e que as sugestões de uma ligação ucraniana “nada tem em comum com a realidade”.

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“Esta é, com certeza, mais uma mentira dos serviços especiais russos, que nada tem em comum com a realidade”, disse Andriy Yusov, da principal divisão de inteligência do Ministério de Defesa ucraniano, à Reuters. “Não resiste a qualquer crítica.”

Yusov reiterou que “é claro que a Ucrânia não estava envolvida neste ataque terrorista”. “A Ucrânia está defendendo sua soberania dos invasores russos, libertando seu próprio território e lutando contra o exército dos ocupantes e alvos militares. Não contra civis.”

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, também negou qualquer ligação do país com o ataque, em comentários feitos ontem e hoje no X (antigo Twitter). “Qualquer tentativa de conectar a Ucrânia ao ataque terrorista é absolutamente insustentável”.

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O ataque

Homens armados abriram fogo quando a banda de rock Picnic estava prestes a se apresentar na casa de shows no subúrbio oeste de Moscou, que tem capacidade para 6,2 mil espectadores, segundo a Reuters.

Os terroristas também usaram líquido inflamável para incendiar o salão, e o fogo rapidamente se espalhou por uma enorme área de quase 13 mil m². Putin também disse em seu discurso que os serviços especiais do país estão trabalhando para identificar cúmplices dos terroristas.

Estado Islâmico

O Estado Islâmico afirmou que seus combatentes atacaram o local no subúrbio de Moscou, “matando e ferindo centenas e causando grande destruição do local, antes de voltarem a suas bases em segurança”. A declaração foi feita antes de as autoridades russas anunciarem a prisão dos suspeitos.

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Um dos possíveis motivos para o atentado é que Putin mudou o curso da guerra civil na Síria, em 2015, ao intervir no conflito e apoiar o presidente do país, Bashar al-Assad, contra a oposição e o Estado Islâmico (grupo terrorista que já reivindicou ataques mortais em dezenas de países da Europa, do Oriente Médio e da Ásia).

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou que o mundo inteiro deveria condenar o “ataque terrorista sangrento” — o que foi feito por Estados Unidos, países europeus e árabes e muitas antigas repúblicas soviéticas, que se manifestaram contra o ataque e enviaram as suas condolências.

(Com Reuters)