Prisioneiros palestinos começam a ser libertados por Israel; multidão se reúne

Acordo mediado pelos EUA prevê a soltura de 250 presos condenados à prisão perpétua e 1,7 mil detidos sem acusação desde 2023.

Paulo Barros

Um prisioneiro palestino libertado é recebido após ser libertado de uma prisão israelense como parte de uma troca de reféns e prisioneiros e um acordo de cessar-fogo em Gaza entre o Hamas e Israel, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, em 13 de outubro de 2025. REUTERS/Mohammed Torokman
Um prisioneiro palestino libertado é recebido após ser libertado de uma prisão israelense como parte de uma troca de reféns e prisioneiros e um acordo de cessar-fogo em Gaza entre o Hamas e Israel, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, em 13 de outubro de 2025. REUTERS/Mohammed Torokman

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Israel começou nesta segunda-feira (13) a libertar prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo firmado com o Hamas e mediado pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia. A medida ocorre horas após o Hamas libertar os 20 reféns israelenses que ainda estavam vivos em Gaza, encerrando mais de dois anos de cativeiro.

Segundo autoridades israelenses, 250 palestinos condenados a longas penas ou prisão perpétua estão sendo libertados, além de 1.700 detidos sem acusação formal desde os ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas liderou uma invasão ao sul de Israel que matou cerca de 1,2 mil pessoas e resultou no sequestro de 251 israelenses.

Do total, 154 prisioneiros palestinos foram deportados para o Egito, de acordo com a Sociedade de Prisioneiros Palestinos. Israel exigiu que condenados por crimes violentos fossem deportados para outros países, em vez de serem autorizados a retornar à Cisjordânia ou a Gaza.

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Imagens registradas em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, mostraram multidões celebrando a chegada dos primeiros libertados. Homens e mulheres deixaram os ônibus sob aplausos e foram recebidos por familiares e amigos, muitos dos quais aguardavam havia anos por notícias. Médicos e forças de segurança palestinas acompanharam o evento para garantir a segurança da operação.

Pessoas se reúnem para cumprimentar prisioneiros palestinos libertados ao chegarem após serem libertados de uma prisão israelense como parte de uma troca de reféns e prisioneiros e um acordo de cessar-fogo em Gaza entre o Hamas e Israel, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, em 13 de outubro de 2025. REUTERS/Mohammed Torokman
Um prisioneiro palestino libertado é recebido após ser libertado de uma prisão israelense como parte de uma troca de reféns e prisioneiros e um acordo de cessar-fogo em Gaza entre o Hamas e Israel, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, em 13 de outubro de 2025. REUTERS/Ammar Awad
Yosef-Chaim Ohana, a released hostage who had been held in Gaza since the deadly October 7, 2023 attack by Hamas, and who was released with others as part of a prisoner-hostage swap and a ceasefire deal between Israel and Hamas, enters a helicopter transporting released hostages, in Reim, southern Israel, October 13, 2025. REUTERS/Amir Cohen

Entre os libertados estão membros do Hamas e de outras facções palestinas, condenados por ataques, tiroteios e atentados contra israelenses, além de presos por delitos menores. Parte deles deverá retornar à Faixa de Gaza, enquanto outros seguirão para a Cisjordânia ou para o exílio.

A libertação faz parte da primeira fase do cessar-fogo que encerra, ao menos temporariamente, dois anos de guerra. O acordo também prevê a entrada de centenas de caminhões com alimentos, remédios e combustível em Gaza, onde a ONU alerta para níveis críticos de fome e destruição generalizada.

(com CNN e Reuters)

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)