Presidente do Equador prorroga estado de emergência por 30 dias

Medida foi adotada em janeiro, em meio a um pico de violência, com assassinatos e ataques nas ruas e rebeliões em cadeias; forças de segurança já prenderam mais de 11 mil pessoas

Roberto de Lira

Soldados em prisão de Guayaquil, no Equador (Reuters/Santiago Arcos)

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Quito (Reuters) – O presidente do Equador, Daniel Noboa, prorrogou por 30 dias o estado de emergência no país, enquanto seu governo luta contra a crescente violência atribuída às gangues de tráfico de drogas.

Em um decreto publicado perto da meia-noite de quinta-feira, Noboa disse que a prorrogação era necessária para manter as patrulhas militares em prisões e áreas violentas do país, manter a ordem e reduzir os homicídios.

Noboa declarou originalmente o estado de emergência – seu primeiro desde que assumiu o cargo no final do ano passado – no início de janeiro, em meio a um pico de violência que teve guardas prisionais feitos reféns e a invasão de uma estação de TV por homens armados durante uma transmissão ao vivo.

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Noboa, filho de 36 anos de um dos empresários mais ricos do país, designou 22 gangues como grupos terroristas.

Durante o estado de emergência, os homicídios foram reduzidos pela metade – caindo de uma média de 24 por dia para 12 por dia – segundo o decreto.

A assessoria de imprensa de Noboa informou que, entre janeiro e segunda-feira, as forças de segurança realizaram cerca de 150 mil operações em todo o país, prendendo mais de 11,7 mil pessoas, incluindo 280 acusadas de terrorismo. Quatorze supostos criminosos morreram durante as operações e 3.300 armas e 64,3 toneladas de drogas foram apreendidas.

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Os estados de emergência foram frequentemente usados pelo antecessor de Noboa, Guillermo Lasso, para tentar combater a crescente violência nas ruas e nas prisões, com pouco efeito.