Operação em Rafah pode resultar em “massacre”, diz autoridade da ONU

Israel tem alertado sobre uma operação na cidade que abriga um milhão de pessoas amontoadas em abrigos e acomodações improvisadas

Reuters

Crianças palestinas ficam perto do local de um ataque israelense a uma casa, em Rafah (REUTERS/Mohammed Salem)

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Uma incursão israelense em Rafah colocaria em risco a vida de centenas de milhares de habitantes de Gaza e seria um grande golpe para as operações humanitárias de todo o enclave, disse o escritório humanitário da ONU nesta sexta-feira.

Israel tem alertado sobre uma operação contra o Hamas na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde cerca de um milhão de pessoas deslocadas estão amontoadas em abrigos e acomodações improvisadas, fugindo de meses de bombardeios israelenses desencadeados pelo ataque mortal dos combatentes do Hamas na fronteira em 7 de outubro.

“Poderia ser um massacre de civis e um golpe incrível para a operação humanitária em toda a faixa, porque ela é realizada principalmente a partir de Rafah”, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

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As operações de ajuda realizadas a partir de Rafah incluem clínicas médicas e pontos de distribuição de alimentos, incluindo centros para crianças desnutridas, afirmou ele.

Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde disse na mesma coletiva que um plano de contingência para uma incursão havia sido preparado, o que incluía um novo hospital de campanha, mas declarou que não seria suficiente para evitar um aumento substancial no número de mortos.

“Quero realmente dizer que esse plano de contingência é um curativo”, disse Rik Peeperkorn, representante da OMS para o território palestino ocupado, via link de vídeo. “Ele não evitará de forma alguma a mortalidade e a morbidade adicionais substanciais esperadas em uma operação militar.”

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Ele acrescentou que estava “extremamente preocupado” com a possibilidade de qualquer incursão fechar a passagem de Rafah entre Gaza e o Egito, que está sendo usada atualmente para importar suprimentos médicos.