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Cairo/Jerusalém (Reuters) – Os negociadores que tentam um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses pelo Hamas discutiram novas propostas de compromisso no Cairo neste sábado (24), enquanto a ONU relata piora das condições humanitárias na região, com o aumento da desnutrição e descoberta da poliomielite.
Os ataques israelenses em Gaza mataram 50 pessoas hoje, segundo autoridades de saúde palestinas. As vítimas dos ataques de Israel das últimas 48 horas permanecem deitadas nas estradas onde foram mortas ou presas sob escombros, disseram as autoridades.
Uma delegação do Hamas chegou no sábado para estar mais próxima e analisar propostas que surjam nas negociações entre Israel e os países mediadores Egito, Catar e Estados Unidos, disseram duas fontes de segurança egípcias.
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O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, deverá estar presente.
Até o momento, meses de conversações intermitentes não conseguiram produzir um avanço para pôr fim à devastadora campanha militar de Israel contra os palestinos em Gaza ou libertar os reféns restantes detidos pelo Hamas.
As fontes egípcias disseram que as novas propostas incluem compromissos sobre pontos pendentes, como a forma de proteger áreas-chave e o retorno das pessoas ao norte de Gaza.
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No entanto, não houve sinal de qualquer avanço nos principais pontos de atrito, incluindo a insistência de Israel em manter o controle do chamado Corredor Philadelphi, na fronteira entre Gaza e o Egito.
O Hamas acusa Israel de voltar atrás em relação aos termos com os quais havia concordado anteriormente nas negociações, o que Israel nega. O grupo diz que os EUA não estão mediando de boa fé.
Em Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, entrou em conflito com os negociadores israelenses do cessar-fogo sobre a necessidade das tropas israelenses permanecerem ao longo de toda a fronteira entre Gaza e o Egito, disse uma pessoa com conhecimento das negociações.
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Uma autoridade palestina familiarizada com os esforços de mediação disse que é muito cedo para prever o resultado das negociações. “O Hamas está lá para discutir o resultado das conversações dos mediadores com as autoridades israelenses e se há o suficiente para sugerir uma mudança na posição de Netanyahu sobre a obtenção de um acordo”, disse a autoridade.
Propagação da doença
A continuação da guerra piorará a situação dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, quase todos desabrigados em tendas ou abrigos entre as ruínas, com a desnutrição desenfreada e a disseminação de doenças, além de colocar em risco a vida dos reféns israelenses restantes.
O ataque de integrantes do Hamas em 7 de outubro matou 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses. A campanha israelense em Gaza já matou mais de 40 mil palestinos, segundo autoridades de saúde da região.
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A agência humanitária da ONU, OCHA, disse na sexta-feira que a quantidade de ajuda alimentar que entrou em Gaza em julho foi uma das mais baixas desde outubro, quando Israel impôs um cerco total à região.
A OCHA disse que, em julho, o número de crianças com desnutrição aguda no norte de Gaza foi quatro vezes maior do que em maio, enquanto no sul, mais acessível, onde os combates são menos severos, o número mais do que dobrou.
Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde informou que um bebê de 10 meses ficou paralisado devido à poliomielite, o primeiro caso desse tipo no território em 25 anos, o que aumentou os temores de um surto mais amplo devido à falta de saneamento adequado para as pessoas que vivem em ruínas.
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Mais guerras também representam o risco de novas e importantes escaladas, com o Irã ainda avaliando a retaliação pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em seu território no mês passado.
Enquanto isso, o general da Força Aérea dos EUA, C.Q. Brown, presidente do Estado-Maior Conjunto, iniciou uma visita não anunciada ao Oriente Médio neste sábado para discutir maneiras de evitar qualquer nova escalada nas tensões que poderia se transformar em um conflito mais amplo.
Os combates entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã desde 7 de outubro, aumentaram recentemente, inclusive com ataques israelenses no sul do Líbano e na região de Bekaa, e com mais disparos de foguetes do Hezbollah contra o norte de Israel.