Israel segue com ataques em Gaza mesmo após decisão de tribunal da ONU

Um dia depois de juízes do principal tribunal da ONU ordenarem que Israel suspendesse sua ofensiva em Rafah, forças israelenses mataram mais de 30 pessoas

Reuters

Destroços após ataque de Israel a Rafah, na Faixa de Gaza (REUTERS/Hatem Khaled)

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Por Nidal al-Mughrabi

CAIRO (Reuters) – As forças israelenses mataram mais de 30 pessoas em novos ataques na Faixa de Gaza, disseram médicos palestinos neste sábado, um dia depois de juízes do principal tribunal das Nações Unidas ordenarem que o país suspendesse sua ofensiva na cidade de Rafah, no sul.

Embora Israel tenha seguido com sua ofensiva contra o grupo militante palestino Hamas, as negociações mediadas entre os dois lados deverão recomeçar na próxima semana, disse um funcionário que tem conhecimento no assunto.

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A decisão sobre as negociações foi tomada depois que o chefe da agência de inteligência Mossad, de Israel, se encontrou com o chefe da CIA e com o primeiro-ministro do Catar, disse a fonte, recusando-se a ser identificada por nome ou nacionalidade dada a sensibilidade do assunto.

“No final da reunião, foi decidido que na próxima semana as negociações serão abertas com base em novas propostas lideradas pelos mediadores — Egito e Catar — e com participação ativa dos Estados Unidos”, disse a fonte.

O Hamas não fez comentários sobre o andamento das negociações.

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Depois de mais de sete meses de guerra em Gaza, os mediadores têm lutado para garantir um avanço nas negociações. Enquanto Israel busca a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, o grupo quer a libertação dos prisioneiros palestinos detidos por Israel e o fim da guerra.

Os combates continuaram em Gaza, apesar da mediação e apesar de juízes do principal tribunal das Nações Unidas terem ordenado na sexta-feira que Israel suspendesse imediatamente seu ataque militar a Rafah, onde o país afirma tentar erradicar os combatentes do Hamas.

O Tribunal Internacional de Justiça, ou Tribunal Mundial, não tem meios para fazer cumprir sua decisão de emergência no caso movido pela África do Sul, que acusa Israel de genocídio.

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No entanto, o caso é um sinal claro do isolamento global de Israel, especialmente desde que iniciou sua ofensiva contra Rafah este mês, apesar dos apelos de seu aliado mais próximo, os Estados Unidos.

Mais de 35 mil palestinos morreram na ofensiva de Israel em Gaza, afirma o Ministério da Saúde de Gaza. Israel iniciou os ataques depois que militantes liderados pelo Hamas atacaram comunidades do sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo registros israelenses.

(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch em Jerusalém)

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