Google demite 28 funcionários que protestaram contra acordo da empresa com Israel

Grupo protestava contra contrato firmado entre o Google e o exército de Israel em 2021

Maria Luiza Dourado

Logo do Google durante feira de tecnologia em Las Vegas 10/01/2024 REUTERS/Steve Marcus

Publicidade

O Google informou nesta quinta-feira (18) que demitiu 28 funcionários que participaram de protestos contra o acordo firmado entre a empresa e o governo israelense para a prestação de serviços de nuvem.

Em comunicado, o Google afirma que impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e bloquear o acesso às instalações da empresa são violações claras das políticas da companhia e classificou o comportamento como “completamente inaceitável”.

A companhia disse que investigações internas resultaram na demissão de 28 funcionários e que seguirá tomando as medidas necessárias.

Continua depois da publicidade

Segundo a imprensa internacional, os funcionários integravam o grupo No Tech for Apartheid, que se posiciona contra o Projeto Nimbus, um contrato de prestação de serviço de US$ 1,2 bilhão para o fornecimento de tecnologia de Google e Amazon ao exército israelense, firmado em 2021.

Em uma página no Medium, funcionários do Google afiliados ao grupo classificaram as demissões como um “ato flagrante de retaliação”, alegando que alguns dos demitidos não participaram diretamente dos protestos da última terça-feira (16).

“Os trabalhadores do Google têm o direito de protestar pacificamente sobre os termos e condições do nosso trabalho”, diz o comunicado.

Continua depois da publicidade

No posicionamento do Google noticiado pelo The Guardian, a empresa afirma que “o Nimbus não é direcionado a cargas de trabalho altamente sensíveis, confidenciais ou militares relevantes para armas ou serviços de inteligência”.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.