Chefe da ONU classifica bloqueio de ajuda a Gaza como escândalo moral

Português António Guterres também apelou por cessar-fogo humanitário imediato e pela libertação dos reféns israelenses em poder do Hamas

Reuters

António Guterres, secretário-geral da ONU (Foto: ONU/Jean-Marc-Ferré)

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Uma longa fila de caminhões de ajuda que estão bloqueados no lado egípcio da fronteira com a Faixa de Gaza, onde as pessoas enfrentam a fome, é um escândalo moral, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres, durante uma visita à passagem de Rafah neste sábado (23).

Chegou a hora de Israel assumir um “compromisso férreo” de acesso irrestrito aos bens humanitários em toda Gaza, disse Guterres, que também apelou por um cessar-fogo humanitário imediato e pela libertação dos reféns israelenses detidos em Gaza.

A ONU continuará a trabalhar com o Egito para “agilizar” o fluxo de ajuda para Gaza, disse o secretário em comentários feitos em frente ao portão da passagem de Rafah, um ponto de entrada para ajuda.

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“Aqui, desta travessia, vemos a tristeza e a crueldade de tudo isso. Uma longa fila de caminhões de ajuda bloqueados de um lado dos portões, a sombra da fome do outro”, disse o português. “Isso é mais do que trágico. É um escândalo moral”.

A visita de Guterres ocorre em um momento em que Israel enfrenta uma pressão mundial para permitir mais ajuda humanitária a Gaza, que foi devastada por mais de cinco meses de guerra entre Israel e o Hamas.

Israel, que tem prometido destruir o Hamas e teme que o grupo militante palestino desvie a ajuda enviada, manteve fechadas todas as suas passagens terrestres para o enclave, exceto uma.

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O país abriu a passagem Kerem Shalom, perto de Rafah, no final de dezembro e nega as acusações do Egito e de agências humanitárias de que tem atrasado a entrega de assistência humanitária, dizendo que a ONU não conseguiu distribuir ajuda dentro de Gaza.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticou Guterres em uma publicação nas redes sociais, por culpar o país, “sem condenar de forma alguma os terroristas do Hamas-Isis que saqueiam a ajuda humanitária”.