Tarifas Bancárias: diferenças chegam a 522% entre as instituições analisadas

Correntista deve pesquisar bastante antes de escolher instituição; abusos devem ser denunciados ao Procon

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SÃO PAULO – Diante da constante queda do poder aquisitivo, os brasileiros precisam estar mais atentos às suas despesas, até mesmo aquelas corriqueiras, para evitar desastres no orçamento do mês. Um quesito bastante importante sobre o assunto, porém esquecido por boa parte da população, se refere às tarifas bancárias.

Diferença de 522% para manutenção de cartão magnético

De acordo com levantamento realizado pela Fundação Procon-SP, as instituições financeiras chegam a cobrar valores absurdos por determinados serviços bancários. No caso da cobrança anual de manutenção de cartão magnético, válido tanto para contas comuns como especiais, a diferença chegou a 522,22%.

Enquanto o banco BBV cobrava cerca de R$ 13,50 para a manutenção, o banco HSBC cobrava cerca de R$ 84 pelo mesmo serviço. Também existiam problemas nas cobranças pela renovação trimestral do cheque especial, em que a diferença chegava a 496,50%.

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A Caixa Econômica Federal cobrava a menor tarifa dentre as instituições pesquisadas, cerca de R$ 4,00 pelo serviço, frente a maior tarifa do setor da ordem de R$ 23,86 cobrada pelo Banco de Crédito Nacional. O levantamento também revelou que as diferenças ocorriam nos casos de cobrança de emissão ou reemissão de cartões magnéticos de conta especial.

Tarifas bancárias podem ser consideradas abusivas

Na avaliação do Procon, o banco Mercantil de São Paulo foi o único que oferecia isenção nesse tipo de serviço, as demais instituições financeiras cobravam taxas que variavam entre R$ 2,30 a R$ 9,00. Outro serviço bastante utilizado pelos correntistas, a emissão de talão de cheque de vinte folhas, também registrou forte discrepância entre as instituições financeiras analisadas.

A diferença de tarifas é da ordem de 200%, sendo que a tarifa mais barata estava sendo cobrada pelo Banespa e Nossa Caixa, e custava R$ 5, enquanto a mais cara era do Santander, no valor de R$ 15. As tarifas cobradas para remessa domiciliar de um talão de cheque também variavam entre as instituições, a mais barata era do Banespa, R$ 2 e a mais cara do Banco do Brasil, R$ 6.

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A diferença na cobrança de tarifas de reemissão de cartão magnético de conta comum chegava a 181,25%, sendo a menor tarifa cobrada pela Nossa Caixa, R$ 3,20, e a maior tarifa do Banco do Brasil e Itaú, cerca de R$ 9. As tarifas pela utilização de cheques avulsos também divergem entre as instituições financeiras, custam cerca de R$ 1,50 no Banco Real e R$ 3,00 no Banco do Brasil e Santander.

Correntista pode pagar até R$ 36 para renovar cadastro

Outro gasto bastante salgado cobrado pelos bancos é referente à renovação de cadastro (valor anual). Enquanto o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal cobram cerca de R$ 13,50, esse mesmo serviço chega a custar R$ 36 no banco Santander.

O levantamento realizado pela Fundação Procon-SP comparou os dados de vinte produtos ou serviços num universo de 41 produtos pesquisados em treze instituições financeiras no período compreendido entre os dias 06 e 07 de março. As instituições analisadas foram o HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Bilbao Viscaya (BBV), Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real, Unibanco, BCN e Mercantil de São Paulo.