Problemas no trabalho, em casa e até financeiros podem levar consumidor às compras

O transtorno que, segundo a OMS, afeta cerca de 1% da população, é chamado de Compulsão por Gastar

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SÃO PAULO – Problemas no trabalho, um namoro ou casamento desgastado, impossibilidade de realizar um grande sonho e até mesmo a falta de dinheiro podem ser motivos para ir às compras.

O transtorno que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), afeta cerca de 1% da população é chamado de Compulsão por Gastar, e é mais comum nas mulheres. Para se ter uma idéia, nove em cada dez pessoas que gastam por compulsão são do sexo feminino.

Em pesquisa recente, intitulada “O Consumidor do Século XXI”, divulgada pelo Ibope Mídia, constatou-se que aproximadamente 21% das brasileiras vão às compras para se sentirem mais felizes.

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Por que elas?

Para o psicólogo, especialista em ansiedade e síndrome do pânico pela UCLA (Universidade da Califórnia), Alexandre Bez, a atitude de gastar, gastar e gastar é um comportamento típico da estrutura psicológica feminina, que, diferentemente dos homens, adoram passar horas e horas andando de lá para cá dentro de um shopping, fazendo o que elas batizaram de “terapia do cartão de crédito”. A atitude pode ser relacionada à auto-afirmação.

Bez explica que a conduta está ligada a um mecanismo de auto-defesa da estrutura do ego, a compensação, um comportamento inconsciente que momentaneamente causa prazer. O ego (responsável por nossa estrutura de personalidade) quando passa por algum problema, desestrutura a pessoa, levando a ter atitudes que visam somente a satisfação, ou seja, a compensação.

“Por uma questão de personalidade, elas estão mais dispostas a gastar e comprar o que muitas vezes não precisam, como, por exemplo, “todas” as novidades em cosméticos e produtos para beleza”, diz.

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Homens

Apesar dos homens não serem os mais afetados pelas compras por compulsão, o psicólogo diz que eles não são tão comedidos assim. Segundo o especialista, em geral, as aquisições masculinas são mais planejadas, sendo os automóveis e os eletroeletrônicos os itens preferidos.

Ele explica ainda que, no caso da compensação, alguns homens podem recorrer às bebidas ou aos jogos de azar.

Dicas

Ainda conforme Bez, as compulsões e gastos excessivos surgem, em média, por volta dos 21 anos, quando o jovem costuma ter autonomia sobre o dinheiro. Dessa forma, avalia ele, é muito importante uma relação saudável com o dinheiro desde criança. “A mesada é uma opção inteligente para os pequenos aprenderem o valor do próprio dinheiro. Abrir uma poupança e ensiná-los a poupar é uma ótima experiência.”

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O psicólogo diz que, de um modo geral, independentemente da classe social, o brasileiro não sabe poupar, sendo que um fato curioso é que a compensação dos problemas financeiros também é resolvida com dinheiro. “Gasta-se mais na tentativa em sanar suas dívidas e conseguir dar a volta por cima”, explica.

Para se manter longe das dívidas, o especialista sugere algumas atitudes: