Prepare o bolso: Latam, Gol e Azul devem aumentar preço das passagens para absorver alta do petróleo

Sem previsibilidade sobre o equilíbrio do mercado, setor estima uma postergação da oferta de novas rotas

Estadão Conteúdo

Avião da Latam

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Diante da escalada vertiginosa dos preços do petróleo no mercado internacional, consequência da guerra na Ucrânia, as companhias aéreas estão amargando aumento substancial de custos com querosene de aviação (QAV).

Neste cenário, a Latam confirmou aumento nos preços das passagens aéreas. Sem previsibilidade sobre o equilíbrio do mercado, o setor estima uma postergação da oferta de novas rotas.

A Latam Brasil informou, por meio de nota, que permanece atenta à evolução da guerra na Ucrânia, que impacta diretamente o preço do petróleo e também a previsibilidade para realizar ajustes em seus voos, se necessário.

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“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas em função da alta do preço do QAV”, diz a companhia. Diante do novo cenário de “crise sem precedentes e previsibilidade”, a aérea afirma que isso levará ao aumento dos preços das passagens sem estimar, porém, quanto será esse reajuste.

A Azul afirma em nota que, embora o valor do barril do petróleo já tenha superado os níveis atuais há 14 anos, a situação hoje “é muito pior, pois naquela época o valor do dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5,00 e era cotado abaixo de R$ 2,00”.

“Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo”, destaca a área.

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Historicamente, o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).

“A continuidade desse cenário poderá adiar uma retomada mais vigorosa da oferta de voos no país, assim como a inclusão de novas cidades, rotas e frequências entre aeroportos que já contam com serviço aéreo”, acrescenta a Azul.

Em nota, a ABEAR informa que o avanço das cotações do petróleo pressiona ainda mais o já elevado preço do QAV, que em 2021 acumulou alta de 76,2%. “O encarecimento do QAV no curto e médio prazo poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais.”

Conforme a entidade, o setor acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021. “A ABEAR defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor.”

Procurada, a Gol informou que está em período de silêncio e que se posiciona por meio da ABEAR.