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GONÇALVES (MG) – O rico, boêmio e preparado Leblon, bairro da zona sul do Rio de Janeiro, perdeu sua última área não ocupada por um prédio na orla.
O local era bastante disputado pelas incorporadoras, porque está fincado no endereço em que o mar é o horizonte e, nos arredores, estão a mão bons bares, restaurantes e uma ampla rede sofisticada de serviços.
Depois de muita disputa, lábia e um aporte de R$ 50 milhões, a Gafisa (GFSA3), construtora que nasceu no próprio Rio de Janeiro, tomou posse dos 360 metros quadrados do local que, por décadas, abrigou duas casas geminadas de dois andares.
As casinhas foram construídas na década de 1930 por um mineiro de Juiz de Fora quando o Leblon ainda era apenas um bairro de pescadores. Elas já foram derrubadas, e o terreno, no momento, está ocupado pelo estande de vendas do novo edifício.
São nesses 360 metros quadrados, na altura do número 558 da avenida Delfim Moreira, que a Gafisa promete criar um “projeto arquitetônico que tem uma folha em branco”, diz João Paulo Matos, CEO da construtora no Rio.
Antes de essa folha ser rabiscada para fazer surgir os apartamentos exclusivos, a Gafisa se impôs o desafio de erguer o prédio de luxo na menor área já adquirida pela empresa.
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“Superados os limites da construção, o proprietário poderá fazer o que ele quiser. Posso colocar a cozinha na sala, aumentar e diminuir o número de quartos [são quatro, ao todo, na concepção original], colocar um elevador exclusivo na cobertura”, afirma o executivo.
Para isso, os pilares de sustentação do prédio concentram-se nas extremidades da estrutura, bem como os espaços para encanamentos e fiação, o que deixa a área interior dos apartamentos livre para qualquer arranjo.
O edifício, de altíssimo padrão, foi lançado neste mês e pelo preço e quantidade de unidades disponíveis, será para poucos bolsos.
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Os cinco apartamentos —um por andar— têm 285 metros quadrados de área útil construída. Há ainda uma cobertura duplex, que atinge os 500 m².
O metro quadrado cobrado em cada unidade gira em torno de R$ 100 mil. Fazendo uma conta rápida: os apartamentos vão custar R$ 28,5 milhões; e a cobertura deve beirar os R$ 50 milhões.
Matos disse ao InfoMoney que a procura anda intensa: duas unidades já foram vendidas e, uma terceira, está sob negociação avançada. A visita ao estande só ocorre com hora marcada para garantir um atendimento mais exclusivo.
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Os interessados no projeto são magnatas de diferentes áreas que já moram no Leblon ou em outras regiões do Rio e que têm buscado um local mais arrojado, tecnológico e que conversa com o que significa morar bem nos dias de hoje.
“Também estamos buscando compradores no exterior. Fazendo a conversão do Euro para o Real, o valor do imóvel sai bem atrativo”, diz Matos.
Segundo o FipeZap, indicador que calcula o preço de venda de imóveis nas capitais, o Leblon é o bairro carioca mais caro para aquisição de um imóvel. Em agosto deste ano, o metro quadrado por lá custava, em média, R$ 21.710.
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Batizado de “Tom Delfim Moreira”, o prédio busca se harmonizar com o mar, as pessoas que circulam pela orla e as montanhas cariocas. Mas, depois de pronto, vai destoar dos prédios vizinhos —que carregam uma fachada mais tradicional.
Assinado pela Gensler, escritório americano de arquitetura, a fachada do novo prédio cria uma sensação do movimento das ondas do mar, a partir das megavarandas em formato curvo.
A agenda ESG também está contemplada na construção. Um sistema fará a coleta de água da chuva, a altura do prédio segue a legislação local para não fazer sombra sobre a areia da praia e os apartamentos terão, também na fachada, um conjunto de envidraçamento que permitirá a entrada de luz natural, o que deve reduzir o consumo de energia elétrica.
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Outro chamariz está no lobby do edifício, concebido como uma galeria de arte. O espaço contará com obras dos artistas plásticos Vik Muniz e Ernesto Neto. Na calçada, haverá uma escultura de Iole de Freitas e, nos fundos do prédio, uma obra dos Irmãos Campana.
O empreendimento também contará com garagem, academia, sala para manobristas, sala de reuniões e um espaço para guardar pranchas, bicicletas e receber encomendas.
O valor do condomínio será de R$ 9.000 mensais. As obras começarão em março de 2022, e a entrega do prédio está prevista para o final de 2023.
A Gafisa estava há pelo menos cinco anos sem lançar novos projetos no Rio de Janeiro. No ano passado, retornou com um edifício de alto padrão na Barra da Tijuca. Segundo Matos, mais dois projetos em outubro, também de alto padrão, serão lançados em Botafogo e na Barra.
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