Cerca de 20 mil médicos deixam de atender planos de saúde nesta segunda

Categoria decidiu por suspender o atendimento a consultas por meio de planos de saúde em São Paulo como reivindicação

Nara Faria

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SÃO PAULO – Um ato promovido pela APM (Associação Paulista de Medicina) com a participação de lideranças médicas marcou o início do dia de protestos dos profissionais da categoria médica nesta segunda-feira (7) no Estado de São Paulo.

A categoria decidiu por suspender o atendimento de consultas por meio de planos de saúde no dia como reivindicação pelo “acesso pleno dos pacientes à assistência de qualidade, o fim das interferências das operadoras no exercício da medicina, além da valorização de honorários de consultas e procedimentos”.

De acordo com Florisval Meinão, presidente da APM, ainda não é possível uma avaliação da quantidade de médicos irão aderir à paralisação, considerando que a maior parte das consultas ocorre no período da tarde. Contudo, a previsão é que cerca de 20 mil médicos deixem de atender consultas específicas a planos de saúde.

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“O Estado de São Paulo possui aproximadamente 100 mil médicos e cerca de 60% deles trabalham com saúde suplementar. Recomendamos que os médicos que trabalham em unidades de urgência, em hospitais, cirurgiões etc., não paralisem. Com isso, em média, 20 mil médicos deverão deixar de atender a planos de saúde nesta segunda-feira”, estima.

O presidente da associação informou ainda que consultas particulares serão realizadas normalmente. “É um movimento bem específico para atendimentos a planos de saúde e acredito que teremos uma adesão significativa”, afirma o presidente da associação.

Além de São Paulo, o movimento dos profissionais da categoria terá o apoio de outros estados brasileiros. No Rio de Janeiro, a categoria realizará uma suspensão relâmpago de atendimentos. No Pará, haverá paralisação por um dia no atendimento ambulatorial, nas áreas pública e privada, mantendo-se apenas os atendimentos de urgência e emergência.

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Em Pernambuco, a categoria deve expor os planos de saúde que não adotam a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). No Acre, será realizado um ato público em frente ao Palácio Rio Branco. Em Minas Gerais está sendo organizado um ato público da categoria em frente à Assembleia Legislativa do Estado.

Posicionamentos
A respeito do movimento médico desta segunda-feira, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) afirma que o atendimento à população não pode ser prejudicado e que o acesso aos serviços contratados pelo beneficiário deve ser garantido por sua operadora de plano de saúde. “Reiteramos que a relação entre as operadoras e os prestadores de serviços de saúde é um dos temas prioritários para a ANS, sendo um dos eixos temáticos de sua agenda regulatória 2013/2014”, afirma a agência.

Outro posicionamento veio da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que informou que as 31 operadoras de planos de saúde associadas “estão preparadas para garantir o atendimento aos seus beneficiários de planos de saúde”. Segundo a operadora, os médicos da categoria receberam o acumulado dos últimos cinco anos, o reajuste aplicado pelas associadas à FenaSaúde aos honorários foi de 50%, em média. Além disso, os médicos também são remunerados por procedimentos realizados em consultórios e cirurgias.

O presidente da APM, Florisval Meinão, reforça que algumas operadoras de planos de saúde possuem serviços próprios e médicos contratados como CLT, que podem não vir a aderir a paralisação. “Contudo, esta segunda-feira é um dia marcado por protestos”, reitera.

Informe-se: durante a paralisação, a APM deixará no ar um hotsite, abrigado em seu portal www.apm.org.br, com informações sobre os principais problemas do setor, além de um 0800 para denúncias de médicos e profissionais da saúde sobre os planos de saúde. Os canais para reclamações são 0800 173 313 e saude@apm.org.br.