Open Finance: R$ 124 milhões já foram gastos para criar estrutura no Brasil; veja destino do dinheiro

79% dos desembolsos ajudaram a desenvolver infraestrutura tecnológica e segurança cibernética do sistema

Giovanna Sutto

(Getty Images)

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A governança do Open Finance já gastou R$ 124 milhões na produção e no desenvolvimento do ecossistema aberto de compartilhamento de dados no Brasil. O montante foi liberado entre o segundo semestre de 2020 e dezembro de 2022, apontam dados do Relatório Anual de 2022 antecipados ao InfoMoney e divulgados nesta segunda-feira (12).

Foram gastos:

O total não inclui os gastos que cada banco arcou no próprio projeto Open Finance. Os valores são referentes aos custos gerados pela governança visando a infraestrutura utilizada por todas as empresas participantes.

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“Não há nenhum subsídio. O dinheiro gasto é previamente definido e acordado entre o conselho administrativo e os participantes e sai do bolso das empresas que estão no projeto conforme um rateio”, explica Carlos Jorge, sócio-fundador da Chicago Advisory Partners, consultoria responsável pela governança do Open Finance no Brasil.

De forma resumida, o rateio é feito proporcionalmente ao patrimônio líquido (PL) de cada participante. O PL é o resultado da subtração entre os passivos (o quanto ela deve) e os ativos (quanto a empresa tem no banco, suas contas a receber, os estoques, propriedades, etc). Quanto maior o PL do participante, maior a fatia do rateio.

O sistema Open conta, hoje, com 886 empresas participantes.

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Dos R$ 124 milhões gastos em dois anos:

“Para fazer toda a infraestrutura funcionar contratamos serviços e preparamos a área de tecnologia para conduzir o trabalho”, afirma Carlos Jorge.

E em 2023?

A expectativa é de aumentar significativamente os investimentos no ecossistema: para 2023, a previsão do orçamento anual está entre R$ 113 milhões e R$ 146 milhões — podendo mais que dobrar os gastos na comparação com o último ano. Carlos Jorge explicou que todo ano a governança trabalha com uma banda entre limite inferior e limite superior de gastos.

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Vale ressaltar que esses valores também são referentes à estrutura do Open Finance no Brasil e não incluem investimentos e custos individuais das instituições participantes.

Estrutura do Open Finance no Brasil

A governança do ecossistema no Brasil é liderada pela consultoria Chicago Advisory Partners em parceria com o Banco Central e é composta pelo Conselho Deliberativo (responsável por definir os regulamentos internos, estrutura e diretrizes para grupos de trabalho).

Há também duas áreas:

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Pilar administrativo:

Pilar técnico:

Próximos passos

(Leo Albertino/ IM/ Dados Relatório Anual do Open Finance 22)

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.