Open Finance: fintechs de crédito poderão atuar como iniciadoras de pagamento; veja como funciona

ITPs são empresas reguladas pelo BC que poderão iniciar transferências e pagamentos aos clientes

Giovanna Sutto

(Getty Images)

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou que as fintechs de crédito atuem como iniciadoras de transação de pagamento, um mecanismo desenvolvido e liberado para o mercado na fase 3 do Open Banking, agora Open Finance, em 29 de outubro de 2021.

Os iniciadores de transação de pagamentos (ITPs) nada mais são do que empresas reguladas pelo BC que poderão iniciar transferências e pagamentos aos clientes.

Para se tornar um ITP, a instituição financeira precisa ter uma certificação e uma homologação do Banco Central, que é o selo de garantia. Até, então, fintechs de crédito, que também são reguladas pelo BC, não podiam atuar com esse papel.

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Quem é um ITP em nenhum momento gerencia a conta do consumidor, tampouco tem acesso ao dinheiro das transações que inicia.

Por meio de um ITP, o consumidor que não esteja com o seu cartão tem condições de concluir sua compra, seja física ou online, podendo “ordenar a instituição na qual possui conta que transfira para a conta do lojista o valor da compra realizada”, explica o BC.

O objetivo da mudança, segundo nota do BC, é aumentar a concorrência entre os agentes autorizados à prestação desse tipo de serviço, além de trazer a segurança jurídica necessária às entidades do setor e possuir forte sinergia com o Pix. É um opção extra que as fintechs de crédito ganham, não há obrigatoriedade.

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Qual a vantagem das fintechs de crédito serem um ITP?

No âmbito do Open Finance, o consumidor ganha mais opções na hora de tomar crédito. Isso porque, ao decidir compartilhar seus dados com uma fintech de crédito que não tinha conta antes, por exemplo, ele escolhe mostrar para essa empresa seu histórico de anos com o seu banco e pode aumentar as chances de conseguir um crédito porque a fintech tem a oportunidade de conhecer melhor o cliente.

Para Luiz Ohara, Head of Financial Markets da Semantix, a vantagem é que a fintech vai poder ver o histórico e perfil bancário dos seus clientes e acessar de forma transparente todas as contas correntes, o que pode ampliar o portfólio. Importante ressaltar que sempre é necessária a autorização do cliente para o processo acontecer.

Ao ser um iniciador, a fintech pode oferecer ao cliente a opção de trazer dinheiro de outra instituição direto em seu app, como Bradesco, Itaú, XP, Mercado Pago, entre outros, já fazem, o que facilita a jornada do cliente.

“Os caminhos do Open Finance são praticamente infinitos, e a criatividade dessas fintechs para combinarem seus serviços com o ITP pode ir longe”, diz o especialista, como por exemplo, atuar como originador de contratos de crédito virando um marketplace que mostra a cotação de várias empresas em um mesmo lugar.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.