Open Banking no Brasil: fase 4 começa nesta quarta e marca início do Open Finance; veja o que muda

Open Insurance também começa em paralelo; consumidor, porém, passa a ver os efeitos das mudanças em meados de 2022

Giovanna Sutto

Ilustração (Getty Images)

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Nesta quarta-feira (15) tem início a fase 4 do Open Banking no Brasil. Na prática, o que muda é o escopo de compartilhamento: aos poucos os consumidores poderão compartilhar mais informações e dados financeiros, como de seguros e de investimentos a fim de obter melhores condições em serviços e diversos produtos.

Embora ainda de forma lenta, a adoção ao Open Banking vem aumentando: nesta semana o Banco Central (BC) divulgou que o sistema de compartilhamento de dados financeiros chegou a 1 milhão de consentimentos de clientes desde agosto, quando o compartilhamento teve início.

Vale lembrar que o Open Banking começou em fevereiro deste ano, com uma primeira etapa mais burocrática, que consistia no compartilhamento de dados já públicos das instituições participantes entre si.

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segunda fase teve início em 13 de agosto e começou a impactar o dia a dia do consumidor com a possibilidade de compartilhar dados cadastrais, como nome, CPF/CNPJ, endereço, informações de crédito, cartões, entre outros.

A fase 3 começou em 29 de outubro e foi transacional: os consumidores podem fazer transações, como pagamentos e transferências, utilizando o Pix no âmbito do Open Banking. Ou seja, será possível fazer um pagamento via Pix por canais que não necessariamente são o internet banking do seu banco.

A etapa quatro será a responsável por ampliar os produtos e serviços oferecidos aos clientes por meio do compartilhamento de dados sobre operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência privada.

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Porém, neste primeiro momento os efeitos desta etapa serão mais diretos para as instituições participantes que têm prazos para aderirem às certificações de operação e segurança, para que elas ofereçam aos clientes as opções de compartilhamento. Entenda como será a implementação inicial da fase 4.

“Do ponto de vista do cliente, as mudanças começam a ser práticas a partir do segundo semestre do ano que vem, quando ele poderá, de fato, compartilhar os seus dados de novos produtos de forma segura e simples. O que é importante: por mais que o cliente já tenha tido contato com o Open Banking neste ano de alguma forma diante da fase 2 ou 3, é a partir do ano que vem que as experiências serão mais completas e inovadoras”, avalia.

Para ficar por dentro do Open Banking, o InfoMoney produziu uma reportagem especial sobre o tema no lançamento da fase 2.

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Fase 1 do Open Insurance

Em paralelo com o projeto de Open Banking (OB) liderado pelo Banco Central, está o Open Insurance (OPIN), regulado e administrado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados).

A ideia vem na mesma esteira de inovação, mas da perspectiva do setor, que também está preparando um ecossistema próprio de compartilhamento e circulação de dados. Se de um lado o Open Banking diz respeito às informações financeiras e bancárias, o Open Insurance abrange dados de seguros e previdência.

O objetivo é promover um mercado de seguros aberto, no qual haja troca de informações entre seguradoras e outros participantes do setor, desde que sejam aprovados pela Susep.

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A partir desta quarta-feira (15) também tem início uma fase inicial do Open Insurance, bastante similar ao que foi a fase 1 do Open Banking: as instituições participantes do ecossistema vão compartilhar sua prateleira de produtos e canais de atendimentos entre si.

Com um caráter mais burocrático, o propósito neste momento é começar a construir a fundação desse ecossistema para que nas próximas etapas, previstas para 2022, os clientes possam usufruir dos benefícios dos compartilhamentos de dados.

O InfoMoney fez uma matéria que detalha os objetivos do Open Insurance e como vai funcionar o ecossistema. 

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Mundo “Open”: dados financeiros e de seguros dão início ao Open Finance

Diante da fase 4 do Open Banking e da fase 1 do Open Insurance que vão funcionar em paralelo, esta quarta-feira (15) marca o início do Open Finance no Brasil.

Na tradução simples significa sistema financeiro aberto, ou seja, um ecossistema completo e integrado, que além do compartilhamento de dados financeiros vai permitir o compartlihamento de informações do setor de seguros, bem como vai evoluir para incluir o Open Investments, que vai permitir que o cliente compartilhe dados do segmento de investimentos a fim de obter melhores produtos e serviços.

“O Open Finance será a união de todos os produtos tradicionais bancários como crédito e contas correntes aos produtos como seguros, previdência privada e mais para frente outras categorias”, explica Rogerio Melfi, membro da ABFintechs e participante do grupo técnico de trabalho do BC.

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O BC já informou que  o Open Finance é um organismo vivo que continuará a evoluir, com o desenvolvimento de novos produtos e serviços. “O Open Banking no Brasil terá o maior escopo do mundo, inclusive, em número de participantes, nosso projeto já é o maior do mundo”, afirmou João Manuel de Pinho Mello, diretor do Banco Central.

Segundo Melfi, ano que vem ainda tem uma evolução no Open Banking na etapa transacional, quando outras formas de pagamento entram no escopo do Open Banking, como TED, pagamento de boleto e débito em conta. E não para por aí.

Em meados de setembro os clientes poderão compartilhar seus dados pessoais de seguradoras no âmbito do Open Insurance, a fase que prevê a execução de serviços por meio do ecossistema começa em dezembro do ano que vem.

“Teremos também o encaminhamento de proposta de crédito no Open Banking. Além disso, com as empresas preparadas também começam os compartilhamentos dos dados da fase 4 efetivamente com clientes podendo compartilhar dados de seguros, investimentos, operações de câmbio. E em paralelo o mercado de seguros vai avançar nesta agenda o que vai permitir que os clientes compartilhem seus dados da seguradora com o banco e vice-e-versa, por exemplo. Assim, a fase 4 começa nesta quarta, mas a evolução do Open Finance para crédito, pagamentos, seguros será muito grande para 2022”, acrescenta Melfi.

Confira o calendário previsto para 22:

Escopo da fase 3 do Open Banking:

Instituições participantes devem estar prontas para:

Escopo Open Finance (OB +OPIN):

Instituições participantes devem estar prontas para:

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.