Open Banking do Brasil já é o maior do mundo e vai mudar a relação do cliente com serviços financeiros, diz BC

João de Pinho Mello, diretor do BC, garante que o Open Banking no Brasil vai revolucionar o sistema financeiro — e quem ganha é o cliente

Giovanna Sutto

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

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SÃO PAULO – O Open Banking, novo ecossistema que permite que o cliente compartilhe dados bancários de um banco para uma outra instituição financeira, começou a funcionar no Brasil neste ano. E as ambições do Banco Central são altas.

“O Open Banking no Brasil terá o maior escopo do mundo, inclusive, em número de participantes, nosso projeto já é o maior do mundo”, afirma João Manuel de Pinho Mello, diretor do Banco Central. Ele participou de um painel sobre o tema na Expert XP 2021, nesta terça-feira (24).

“Nosso projeto é estruturante e mudará a relação dos clientes com seus prestadores de serviços financeiros”, disse.

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Isso porque o projeto de implementação do Open Banking no Brasil prevê uma série de fases que abrangem desde dados cadastrais, como nome e telefone, até a possibilidade de compartilhar dados de seguros, previdência e investimentos. No mundo, hoje nenhum outro país tem uma abrangência tão diversificada em compartilhamento de dados financeiros.

O InfoMoney produziu uma reportagem especial sobre Open Banking que mostra os desafios de implementação, os impactos para os grandes bancos, as possibilidades para as fintechs e traz um panorama do cenário internacional.

Resumo das fases do Open Banking

A primeira fase, mais burocrática e que pouco impactou os clientes finais, teve início em fevereiro e a segunda entrou em vigor mais recentemente, em 13 de agosto. Essa fase vai ser implementada de forma gradual, mas é a partir dela que os consumidores poderão ver os primeiros efeitos e iniciar o compartilhamento de alguns dados.

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Ainda, no próxima dia 30 de agosto começa a terceira fase do Open Banking, que também foi escalonada. “É nesse momento que o Open Banking encontra o Pix, com a chegada das iniciadoras de pagamentos”, afirma Mello.

O InfoMoney explicou como vai funcionar essa integração entre Open Banking e Pix em uma reportagem recente. Ainda, a quarta fase, prevista para começar em 15 de dezembro, vai dar início ao que o Banco Central já chama de Open Finance, ou seja, a inclusão do compartilhamento de dados de seguro e previdência, e de investimentos.

Porém, o BC é responsável por regular e fiscalizar o sistema bancário, enquanto a Superintendência de Seguros Privados (Susep), e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são responsáveis pelos setores de seguros e previdência, e investimentos, respectivamente.

Por isso, há iniciativas já em andamento que vão funcionar em paralelo com o Open Banking, o Open Insurance e o Open Investiments. O primeiro um pouco mais adiantado que o segundo, com datas de início da sua primeira fase também marcada para 15  de dezembro.

Impacto no mercado

No mesmo painel que Mello, também esteve presente José Berenguer, CEO do Banco XP, que comentou sobre o impacto que o Open Banking vai ter em empresas como a XP Inc. e os desafios que virão com a implementação do sistema.

Segundo Berenguer, o Open Banking, e mais para frente o Open Finance, vai naturalmente trazer mais tecnologia, mais empoderamento para os clientes, mais facilidade na hora de trocar de provedor financeiro. “E isso faz com que os clientes tenham as ferramentas em suas mãos para avaliar e escolher as melhores ofertas”, diz.

Tem um efeito secundário, mas que, segundo ele, é muito importante: aumentar a competição. “O Open Banking vai viabilizar a entrada de novos players oferecendo produtos ainda mais diversos para os brasileiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas, e sempre amparado na questão da segurança e eficiência para não fragilizar um sistema que hoje já funciona muito bem. A ideia é manter e garantir essa segurança no fluxo de informações”, afirma.

Sobre como a XP Inc. vai se posicionar nessa nova onda, Berenguer afirma que a ideia é oferecer para o cliente um tripé: simplicidade, agilidade e preços competitivos.

“Temos nossa licença para produtos bancários há cerca de dois anos e estamos construindo toda a infraestrutura tecnológica para oferecer eficiência”, diz.

“Queremos que o cliente assine qualquer documento de forma eletrônica, traga sua operação de crédito de forma simples, e leve para outras instituições, se nossas opções não se adequarem, também de forma simples. Queremos que o contrato tenha uma folha e que explique claramente do que se trata e quero precificar de forma agressiva para que no final o produto seja adequado ao cliente. Esses são alguns dos nossos desafios”, diz.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.