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O Banco Central informou, nesta quarta-feira (30), que 12,2% dos tomadores de empréstimos de instituições financeiras autorizadas estão em situação de “endividamento de risco”, com o número total de brasileiros nessa categoria tendo quase triplicado em relação a 2019.
Os dados mostram que mais consumidores enfrentam dificuldades para quitar dívidas em meio à expansão do acesso ao sistema financeiro proporcionada pelo salto no número de fintechs e pelos pagamentos digitais de auxílio durante a pandemia, que contribuíram para a bancarização.
Maurício Moura, diretor de Relacionamento do Banco Central, destacou durante um evento sobre superendividamento que o percentual de mutuários enfrentando “endividamento de risco” chegou a 12,2 milhões de pessoas em junho.
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Em dezembro de 2019, eram 4,6 milhões, ou 5,4% do total, segundo estudo do BC.
Os tomadores entram na categoria de risco do BC se apresentarem pelo menos duas das seguintes situações: inadimplência superior a 90 dias, renda mensal disponível abaixo da linha da pobreza após o pagamento do serviço das dívidas, exposição simultânea a modalidades de crédito mais onerosas e comprometimento de mais de 50% da renda mensal com o pagamento do serviço das dívidas.
Os dados se somam a outros indicadores que destacam o crescente endividamento do consumidor brasileiro em meio a custos de empréstimos mais altos, depois que o BC elevou agressivamente a taxa de juros para 13,75%, do menor nível histórico de 2% em que estava em março de 2021, para combater a inflação no país.
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva prometeu lançar um amplo programa de renegociação de dívidas de consumidores apoiado por garantias do governo para enfrentar um problema que começou a aparecer nos resultados de alguns bancos.
A inadimplência nos empréstimos com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas aumentou para 4,2% em outubro, o maior nível em quase quatro anos.
O Banco Central alertou, recentemente, para sua crescente preocupação com os efeitos da desaceleração da atividade econômica sobre os riscos de crédito no país, apontando para uma alta “relevante” dos riscos no financiamento às famílias neste ano.
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Segundo os formuladores de política monetária, a capacidade de pagamento da população piorou mesmo em meio a melhores indicadores econômicos e trabalhistas. Esse cenário tende a se tornar mais desafiador à medida que a economia nacional desacelera.
Economistas privados preveem que o PIB (Produto Interno Bruto) do país crescerá 0,7% em 2023, após uma expansão de 2,8% este ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus do BC.
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