Tradicionais vilões da inflação são os alimentos mais desperdiçados pela população

Alface e tomate são os que mais vão para o lixo e, segundo o IPCA-15, eles acumulam em 12 meses altas de 16,47% e 49,17%

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SÃO PAULO – Para 50% dos internautas, alface e tomate são os alimentos mais desperdiçados por eles. Os dados fazem parte do levantamento “Brasileiro e a compra de alimentos”, feito pelo Instituto Akatu. Em seguida vieram o pão de forma, com 30%, e o queijo branco, com 10%.

Ao avaliar os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o portal InfoMoney detectou que os alimentos que estão no topo do ranking do desperdício são também aqueles que, tradicionalmente, tem influência direta nos índices de inflação. De acordo com o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de outubro, no acumulado dos últimos 12 meses, os preços do tomate registram variação de 49,17%, enquanto a alface acumula alta de 16,47% no mesmo período.

Há um destaque também no acumulado dos dez primeiros meses de 2011, sendo que os preços do tomate registraram inflação de 44,20% e os da alface, 15,56%.

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Capitais: variações acima da média
A inflação medida pelo IPCA-15 ainda revela que, no acumulado dos últimos 12 meses, cinco das 11 capitais pesquisadas registraram alta acima da média tanto para o tomate quanto para a alface, conforme mostra a tabela abaixo:

Acumulado 12 meses
Capitais Tomate   Capitais  Alface
Rio de Janeiro 107,93% Rio de Janeiro 35,86%
Distrito Federal 83,33% Belo Horizonte 32,30%
Belo Horizonte 63,03% Curitiba 29,75%
Goiânia 62,56% Porto Alegre 20,62%
Porto Alegre 60,27% Recife 19,74%
Média 49,17% Média 16,47%
Salvador 45,63% Belém 16,44%
Curitiba 36,16%  Goiânia 12,74%
São Paulo 35,98%  São Paulo 10,96% 
Recife 32,59%  Distrito Federal 9,64% 
Belém 31,04%  Fortaleza 3,89% 
Fortaleza 11,43%  Salvador -19,30% 

No acumulado do ano, houve alta acima da média nacional em 5 capitais para o tomate e em 4 para a alface:

Acumulado ano (10 meses)
Capitais Tomate   Capitais  Alface
Distrito Federal 71,73% Curitiba 49,54%
Rio de Janeiro 68,51% Porto Alegre 36,41%
Belo Horizonte 62,40% Rio de Janeiro 25,60%
Curitiba 59,57% Belo Horizonte 25,57%
Porto Alegre 56,35% Média 15,56%
Média 44,20% São Paulo 11,72%
Goiânia 42,54% Belém 8,16%
Salvador 38,99%  Goiânia -3,21%
Recife 33,36%  Recife -4,25% 
São Paulo 33,17%  Distrito Federal -4,65% 
Belém 27,12%  Fortaleza -12,66% 
Fortaleza 5,69%  Salvador -15,33% 

Qual o momento do desperdício da comida?
De acordo com a pesquisa do Instituto Akatu, mais da metade dos internautas (54,8%) perdem a comida no momento do armazenamento, quer dizer, o alimento é jogado fora porque venceu ou estragou antes de ser preparado. O pós-consumo é o segundo fator que mais leva comida para o lixo, com 34,5% dos entrevistados que preparam, guardam e, por não comerem, a comida estraga.

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Na terceira posição aparece o preparo como o momento de maior desperdício, com 23,1% e, em último lugar, o consumo ou a sobra no prato, com 15,2% das respostas dos entrevistados. Vale destacar que a soma ultrapassa 100%, porque as respostas podiam ser múltiplas.

Com relação a fato de a comida ir para o lixo por vir em grande quantidade, as verduras foram as mais votadas (25%), com destaque para alface e brócolis, e foram seguidas pelo pão de forma, leite e derivados (12%). Outros alimentos levados em conta foram o pão francês (6%), arroz e banana (4% cada).

Explicação dos consumidores
A enquete ainda abriu espaço para as pessoas justificarem a ida de tanta comida para o lixo e uma alegação comum foi a compra em excesso, principalmente de verduras e frutas, porque os consumidores não têm tempo de ir ao supermercado na mesma semana.

Outra opinião comum entre aqueles que moram sozinhos ou em poucas pessoas é em relação ao pão de forma que mofa: para eles, a produção de pacotes menores reduziria o desperdício.

Sobre a pesquisa
De acordo com o Instituto Akatu, a pesquisa feita entre os dias 13 e 27 de outubro de 2011 no portal não tem validade científica, por ser uma enquete entre usuários da web e internautas que visitam o portal do Akatu.

Nessa amostra, 66% dos entrevistados pertenciam a famílias de até três pessoas; 33,6% moram em duas pessoas; 23,8%, em três; e 8,6%, sozinhas. Famílias de seis ou mais pessoas somaram 3%.