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O mercado de seguros no Brasil deve fechar 2025 com um crescimento de 8,5% e 2026 com alta de 8%, segundo projeção da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), divulgada nesta quinta-feira (11). A projeção não considera dados da previdência complementar aberta.
“Optamos por não fazer projeções para a previdência aberta, chegando a um crescimento de 8% do mercado de seguros em 2026, alcançando R$ 100 bilhões. Esse número é importante, positivo e robusto, dada uma projeção de inflação de 4%, a gente vai crescer 4% em termos reais”, afirma Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, em conversa com jornalistas.
Entre os destaques, o seguro habitacional deve crescer 10,2%. A projeção leva em consideração os lançamentos imobiliários, que tiveram uma alta de 25,2% entre janeiro e agosto de 2025, impulsionados pelo programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, que tiveram aumento de 29,1% nesse período.
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Outros dados reforçam o otimismo para o setor habitacional. O PIB da construção registrou alta de 2,0% no 3º trimestre de 2025. Além disso, a intenção de compra de imóveis nos próximos 24 meses permanece alta, especialmente entre os consumidores da Geração Z: 62% manifestam algum grau de intenção de adquirir um imóvel, segundo um estudo ABRAINC/Brain Inteligência Estratégica.
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Veja na tabela abaixo a projeção de crescimento para os segmentos do setor de seguros:

Já o seguro de pessoas deve ter um aumento de 8,6%, puxado principalmente por seguros de vida (12,3%) e de viagem (10,9%), enquanto os seguros de automóveis devem crescer 7,7%, impulsionados por emplacamentos de veículos leves e aumento na venda de híbridos e elétricos.
O seguro rural deve ter uma alta de 2,3% em 2026, após a queda de 6,4% em 2025. Isso porque o aumento da inadimplência este ano deverá promover negociação no próximo — em outubro, a inadimplência chegou a 11,4%, maior patamar desde o início da série histórica.
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Barreiras culturais à adesão
Um entrave central para maior participação do seguro na vida do brasileiro é a incompreensão de termos básicos do setor por 85% dos não segurados, como prêmio (valor pago mensalmente pela segurado para a seguradora), sinistro (ocorrência imprevista que gera indenização, como acidente ou morte) e franquia (parte do prejuízo arcada pelo segurado).
“Existem as pessoas que têm seguro, essas pessoas recomendam seguro para os seus amigos. E tem outro mundo paralelo onde existem as pessoas que não contratam o seguro. E essas pessoas são diametralmente opostas. Elas não entendem, elas não sabem bem para o que serve, não sabem como usar nem como contratar”, afirma Oliveira.
Ele posiciona 2025 como “início do segundo ato” para ações de educação e comunicação, via imprensa e marketing direcionado, visando converter não segurados. O presidente destaca diferenças por gênero (mulheres menos intencionadas, mas mais fiéis e informadas) e classes sociais (A/B valorizam mais que C), defendendo marketing para esses perfis.
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Dimensão atual do mercado
Segundo o presidente da CNseg, é preciso superar o déficit de seguros no país, direcionando esforços para os não segurados e públicos com maior propensão, como famílias e indicados por quem já contrata seguro.
Dados mais recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde), Federações e Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão federal que regula o mercado de seguros, mostram que existem grandes desafios, segundo Oliveira, em relação à cobertura nacional, apesar de uma estrutura robusta de seguradoras, operadores de saúde e corretores.
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“O déficit de proteção continua sendo o nosso maior desafio. Falta uma cultura de seguros mais difundida no mercado, que ainda é incipiente”, diz o executivo.
Confira abaixo a dimensão do mercado brasileiro de seguros:

Hoje, o setor protege 21,4 milhões de veículos, no entanto o número representa apenas 28,5% da frota total nacional. Mais de 13 milhões de residências estão protegidas no país, o que representa 17% dos domicílios.
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Cerca de 52,2 milhões de pessoas são beneficiários de saúde (26% da população), 34,5 milhões têm planos odontológicos (17%), 14,1 milhões têm previdência (10% da força de trabalho) e 7,1 milhões de hectares rurais estão protegidos (7,7% da área cultivada).
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