Marília Mendonça: um cometa na música e nas redes

Cantora teve carreira meteórica e em poucos anos se tornou a mais ouvida do Brasil. Sua morte precoce deixou órfãos fãs por todo o País

Alexandre Rocha

Marília Mendonça (Reprodução/Instagram)

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Marília Mendonça passou como um cometa pela cena musical brasileira. Depois de uma ascensão meteórica, chegou ao topo das paradas e seguia a todo vapor, mas sua carreira foi abreviada pela morte precoce, aos 26 anos, em acidente de avião no interior de Minas Gerais, nesta sexta-feira (5).

O bimotor Beechcraft King Air, prefixo PT-ONJ, levava a cantora e outros passageiros de Goiânia para Caratinga, na região do Vale do Rio Doce, em Minas, onde ela faria um show na noite de sexta. A queda ocorreu durante a tarde na zona rural de Piedade de Caratinga, numa cachoeira.

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O local fica a cerca de 10 quilômetros do destino final do voo, e a 308 quilômetros a oeste da capital Belo Horizonte. Além de Marília, morreram no acidente o produtor da cantora, Henrique Ribeiro, seu tio e assessor, Abicieli Silveira Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.

Conhecida como rainha da “sofrência”, Marília é expoente do movimento chamado “feminejo”, que colocou as mulheres no centro da música sertaneja, um estilo até recentemente dominado por homens.

Com letras empoderadas, ela falava de traição e sofrimento do ponto de vista das mulheres. “Não ia adiantar passar por um sofrimento, ser traída ou trair, e cantar sobre o príncipe encantado”, disse ela à Folha de S.Paulo em 2017.

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Dona de uma voz forte, compositora e intérprete de músicas intensas e românticas, entre seu grandes sucessos estão “Infiel”, “Eu sei de cor” e “De quem é a culpa?”, “Saudade do Meu Ex”, “Todo Mundo Vai Sofrer”, “Ciumeira”, “Bebi Liguei”, “Supera” e “Graveto”. Com hits e músicas em novelas, amealhou multidões de fãs em suas curta carreira.

Ela tinha voltado recentemente a cantar em shows presenciais com uma série de apresentações em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Seu último espetáculo ocorreu na segunda-feira (1) em Sorocaba, no interior paulista.

Já estavam à venda ingressos para a turnê “Patroas” em 2022, em parceria com a dupla Maiara e Maraísa, também ícones do “feminejo”. O trio lançou um álbum com o mesmo nome em 2020 e recentemente um segundo, o “Patroas 35%”.

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Recordista

Para dar uma ideia da popularidade da cantora, ela quebrou o recorde de público para uma live no YouTube em abril de 2020, no início da pandemia de Covid-19, com mais de 3,3 milhões de espectadores.

De acordo com o site Poder 360, em 2019 e 2020 Marília foi a cantora mais ouvida do Brasil, e o cachê de seus shows chegava a R$ 2 milhões. Segundo a Folha, foi a mais ouvida também em 2017.

Fenômeno das redes sociais, os perfis da artista têm mais de 39 milhões de seguidores no Instagram, 15 milhões no Facebook e 7,8 milhões no Twitter.

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Suas músicas têm em média 8,3 milhões de ouvintes mensais no Spotify — onde chegou a colocar 34 músicas no Top 200 — e seu canal no YouTube tem 22 milhões de inscritos.

Foi nas redes que a cantora deixou sua última mensagem aos fãs, um vídeo gravado ao embarcar no avião para Caratinga.

Marília Mendonça (Reprodução/Instagram)
Marília Mendonça (Reprodução/Instagram)

Trajetória

Marília Mendonça nasceu em Cristianópolis, Goiás, em 22 de julho de 1995 e cresceu na capital Goiânia. Começou na música muito cedo. Aos 12, já era compositora. Ganhou destaque com a canção “Minha Herança”, executada por João Neto & Frederico. De acordo com o Valor Econômico, ela compôs para intérpretes como Wesley Safadão, Matheus e Kayan, Jorge & Matheus e Cristiano Araújo.

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Estreou como cantora em 2016, com um EP que leva seu nome, mas foi com o álbum “Marília Mendonça: Ao Vivo”, de 2016, que ela ganhou fama. Em 2017, lançou o DVD “Realidade”, gravado em Manaus. Em 2018 veio o álbum “Agora é que são elas”, primeira parceria com as amigas Maiara e Maraísa.

No ano seguinte, 2019, foi lançado “Todos os Cantos”, com uma música gravada em cada capital. A obra foi premiada com o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Depois vieram “Patroas” e “Patroas 35%”. O primeiro concorre na edição deste ano da premiação, na mesma categoria.

Popular entre músicos, Marília gravou ao lado de Gal Costa, Ivete Sangalo, Leo Santana, Luísa Sonza, Tierry, Xamã, Péricles, Henrique & Juliano, Simone e Simaria, Zé Neto e Cristiano, Jorge e Mateus. e o grupo de pagode Menos é Mais.

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Diversos artistas lamentaram a morte de Marília, como as cantoras Gal Costa, Simone e Silmaria Mendes, os cantores Zeca Pagodinho e Wesley Safadão, o youtuber Felipe Neto, o apresentador Marcos Mion, os humoristas Fabio Porchat e Tata Werneck, e muitos outros.

Marília deixa o filho Leo, que vai completar dois anos em dezembro, fruto do relacionamento como cantor e compositor Murilo Huff.

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Alexandre Rocha

Jornalista colaborador do InfoMoney