Greve no BC: rankings de reclamações e de ouvidorias não serão divulgados nas datas previstas

Relatório Focus não foi divulgado pela 3ª semana seguida; servidores em greve dizem que proposta de reajuste de 5% cogitada pelo governo é insuficiente

Estadão Conteúdo

Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília

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Assim como o Relatório Focus, que não foi divulgado nesta segunda-feira (18) pela terceira semana seguida, os rankings de reclamações e de qualidade das ouvidorias das instituições financeiras entraram para o rol de divulgações do Banco Central afetadas pela greve dos servidores.

O BC informou na quinta-feira (14) que as listas, que são trimestrais, não serão divulgadas nas datas previstas — o ranking de reclamações do 1º trimestre seria divulgado nesta quarta-feira (20) e o de ouvidorias, na quarta seguinte (27).

“Devido à greve em curso, o ranking de reclamações e o ranking de ouvidorias não serão divulgados nas datas previstas”, disse o BC em nota. “Oportunamente, informaremos com pelo menos 24 horas de antecedência as novas datas para as divulgações”.

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A greve dos servidores do BC, que começou no dia 1º por reajuste salarial, já atrasa uma série de importantes divulgações da autarquia. O órgão diz que as informações continuam sendo coletadas, mas só serão publicadas após o fim da greve.

Indicadores afetados

O Focus, que reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras e é acompanhado com lupa pelo mercado financeiro, especialmente no atual momento, crítico para a inflação e para a política monetária, está sem divulgação há três semanas.

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Os dados do fluxo cambial também já completam três semanas sem publicação.

O BC também não divulgou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), e as estatísticas de crédito, fiscal e do setor externo de fevereiro.

O relatório de poupança de março foi igualmente postergado, sem qualquer previsão de publicação. Há impactos também no desenvolvimento de projetos e na agenda regulatória do BC, além de atrasos na divulgação da taxa ptax.

Pressão dos servidores

Os servidores em greve querem recomposição salarial de 26,3% (referente à inflação de 2019 a 2022) e reestruturação de carreira, que segundo o sindicato não tem impacto no orçamento.

O governo Jair Bolsonaro (PL) decidiu na semana passada dar um reajuste linear de 5% para todos os servidores federais a partir de julho, descumprindo uma promessa do presidente de privilegiar os policiais, mas a medida acabou desagradando todo mundo.

O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad, considera a proposta insuficiente. A categoria terá uma nova assembleia amanhã, terça-feira (19), para definir os rumos do movimento.

No mesmo dia, a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) convocou uma assembleia extraordinária para para debater medidas contra a proposta do governo.

“Tudo indica que, mais uma vez, o presidente da República não parece ter a intenção de cumprir o compromisso de enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória nesse sentido”, afirma o delegado Luciano Leiro, presidente da ADPF.