Greve no BC pode afetar atividades preparatórias do Copom e do Comef, diz sindicato

Paralisação por reajuste salarial começou na sexta e já afeta diversas atividades, como o Relatório Focus e a remuneração a bancos em operações do Pix

Lucas Sampaio

Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília

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O sindicato dos servidores do Banco Central (Sinal) afirmou nesta quarta-feira (6) que a greve na instituição pode afetar as atividades preparatórias do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Comef (Comitê de Estabilidade Financeira), pois entende que “tais atividades não são consideradas essenciais, de acordo com os parâmetros da lei de greve”.

A paralisação dos servidores começou na sexta-feira (1º) e já afeta diversas atividades da autarquia, como o adiamento de diversas publicações regulares, como o Relatório Focus, dados do câmbio e o Relatório de Poupança, e também da remuneração a bancos em operações do Pix.

Ontem, o BC afirmou que os dados do Relatório Focus seguem sendo coletados (e os membros do Copom seguem acompanhando as expectativas do mercado para inflação, juros, câmbio e crescimento da economia), mas o boletim semanal só voltará a ser publicado após o fim da greve.

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O Copom é o responsável por decidir a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, e sua próxima reunião será em 3 e 4 de maio. O Comef é o órgão colegiado do BC que estabelece diretrizes para a manutenção da estabilidade financeira e a prevenção de interrupções de serviços financeiros essenciais.

Reajuste salarial de 26,3%

Os servidores reivindicam reajuste salarial de 26,3%, referente à inflação de 2019 a 2022, além da reestruturação de carreiras (demanda o sindicato diz não ter impacto financeiro). O sindicato havia sinalizado a disposição para negociar com o governo, mas a reunião entre servidores e um representante do Ministério da Economia na terça-feira (5) terminou sem nenhuma proposta.

O sindicato disse após o encontro que, “como não houve proposta oficial, a nossa resposta vai ser a manutenção e a intensificação da greve”. Disse também que a expectativa de adesão continua sendo de mais de 60% dos servidores.

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Em assembleia após a reunião com Leonardo Sultani, titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia, os funcionários aprovaram a continuidade da greve. Segundo o sindicato, 90% dos quase 1,3 mil servidores que participaram da assembleia votaram a favor de manter a paralisação.

Interrupção do Pix

Nesta quarta, o Sinal afirmou que, “desmentindo equívocos que foram publicados em alguns setores da mídia nos últimos dias, os servidores do BC em greve não vão interromper o Pix. “A operação do Pix vai continuar e os servidores do BC apoiam tal continuidade, haja vista ser um produto criado pelos servidores do BC em benefício de toda a sociedade brasileira”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.