Grandes bancos mantêm consignado do INSS após redução do teto de juros

Juros cobrados no empréstimo saíram de 1,97% para 1,91% ao mês

Estadão Conteúdo

(Getty Images)

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Os grandes bancos seguem operando o crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) após a redução do teto de juros da modalidade, de 1,97% para 1,91%, aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) na quinta-feira (17).

A resposta sobre a manutenção da oferta da modalidade de crédito foi repassada por Caixa Econômica Federal, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil.

“Conforme anunciado recentemente, a Caixa reduziu a taxa do consignado para a partir de 1,70% ao ano”, disse o banco público, em nota. A redução pela Caixa aconteceu após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir a Selic de 13,75% ao ano para 13,25%, no início deste mês. A redução foi utilizada como argumento pelo CNPS para reduzir o teto.

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O Itaú também segue operando a modalidade e disse que “aguardará a publicação da nova Instrução Normativa do INSS para avaliar as adequações necessárias nas taxas praticadas”.

Cada banco pratica taxas de acordo com a própria estrutura de captação e os custos de distribuição que possui para o crédito. Caixa e BB costumam ter as menores taxas entre os grandes bancos porque a maior parte do público do consignado é cliente de um dos dois, o que reduz os custos para obter clientes.

O movimento dos bancos é oposto ao que aconteceu em março, quando o CNPS reduziu de 2,14% ao mês para 1,70% ao mês o teto do consignado. À época, com uma Selic maior e uma redução de maior magnitude no limite, os bancos pararam de operar a linha, inclusive BB e Caixa. A volta das operações veio após o teto ser elevado para 1,97%, em negociação que também envolveu o Ministério da Fazenda.

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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse, por nota, que a redução coloca as taxas do consignado do INSS abaixo dos custos de operação para alguns bancos. A entidade também afirmou que houve pouco diálogo por parte do Ministério da Previdência sobre a pretensão de alterar o teto.