Novak Djokovic, o número um do tênis mundial, disse que está disposto a perder futuros torneios de tênis do que ser forçado a receber uma vacina contra a Covid-19.
“Porque os princípios de tomada de decisão sobre meu corpo são mais importantes do que qualquer título ou qualquer outra coisa. Estou tentando estar em sintonia com meu corpo o máximo que posso”.
A declaração foi dada em entrevista à BBC.
O tenista afirmou que não está ligado ao movimento antivacina, mas que apoia o direito de escolha de cada pessoa em se vacinar ou não.
Djokovic afirmou esperar que os critérios de vacinação em torneios de tênis mudem. “Eu nunca fui contra a vacinação. Eu entendo que, globalmente, todos estão tentando fazer um grande esforço para lidar com esse vírus e chegar, espero, a um fim em breve para esse vírus”.
Ele também disse na entrevista que estava “mantendo a mente aberta” sobre a possibilidade de ser vacinado no futuro, “porque estamos todos tentando encontrar coletivamente a melhor solução possível para acabar com a Covid”.
Ele claramente pensou bastante sobre o conflito entre a autonomia individual e o bem coletivo — e ele defende que, como um atleta de elite, seu corpo é assunto seu. O tenista falou à BBC que tem uma mente aberta, mas do jeito que as coisas estão, ele afirma que não vai se vacinar.
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Debate global
A posição do tenista desencadeou um debate global sobre os direitos das pessoas que optam por não se vacinar depois de tentar jogar o Australian Open mesmo sem estar vacinado.
O tenista acabou detido, teve o visto negado e foi obrigado a deixar o país após batalha duríssima na Justiça da Austrália.
A decisão de não se vacinar vai seguir custando caro a Djokovic. O governo de Emmanuel Macron já comunicou que o tenista só jogará em Roland Garros, em maio, se apresentar comprovante de vacina contra a Covid-19.
Vale lembrar que o tenista detém a participação de 80% de uma empresa dinamarquesa que busca criar um tratamento médico para combater a Covid-19.
Segundo o executivo-chefe da companhia, Ivan Loncarevic, Djokovic fez aportes na empresa, em junho de 2020 — os valores, porém, não foram revelados.
A QuantBioRes possui 11 pesquisadores espalhados por Dinamarca, Austrália e Eslovênia. O grupo não está focado em criar uma nova vacina, mas um tratamento para a Covid-19.
Segundo Loncarevic, a empresa está desenvolvendo um peptídeo, que seria capaz de estabelecer uma barreira contra as infecções do coronavírus nas células humanas.
Experimentos clínicos têm a previsão de colocar o método à prova no Reino Unido nos próximos meses.