Demanda por crédito no país cai 4% outubro, mostra levantamento

Redução está relacionada com 'menor apetite' pelo risco por parte de quem concede crédito, que sofre perdas por conta da alta da inadimplência

Estadão Conteúdo

Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)

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A demanda por crédito no país caiu pelo terceiro mês seguido, de acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Segundo o levantamento, em outubro, houve uma retração de 28% em relação ao mesmo mês de 2021 e bateu recorde negativo desde a criação do indicador, janeiro de 2020. A queda comparando outubro ante setembro é de 4%.

O INDC, que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços, aponta que todos os três segmentos registraram retração de dois dígitos no confronto interanual: serviços (-37%), varejo (-28%) e bancos (-25%).

A redução está relacionada com o “menor apetite” pelo risco por parte de quem concede crédito, que sofre perdas por conta da alta da inadimplência, diz a Neurotech em nota. Breno Costa, diretor da Neurotech, explica que o cenário é de contração do crédito pelo lado da oferta. “Com menos canais de captura e uma maior seletividade por parte das empresas, o número de propostas cai”, afirmou.

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Dentre os segmentos que compõem o varejo, a maior retração da demanda por crédito ficou com o item classificado como outros (-59%), seguido por supermercados (-54%), eletrodomésticos (-23%) e lojas de departamentos (-4%). Em terreno positivo, estão móveis (29%) e vestuário (3%).

Apesar do momento desfavorável, a Neurotech não espera que as quedas do INDC se aprofundem nos próximos meses devido à proximidade da Copa do Mundo, as promoções da Black Friday e o pagamento do 13º.”Estes adventos em conjunto devem levar as instituições a lançarem novas campanhas, pois além da questão da inadimplência, há um maior conservadorismo com relação ao cenário atual devido à política”, observa Costa.

Mensal

Na comparação mensal de outubro ante setembro, o INDC registrou queda de 4%. A maior perda foi apurada no segmento bancos e financeiras (-7%), seguido por serviços (-1)%. Já o varejo exibiu alta de 6%. O setor de vestuário cresceu 54%, lojas de departamentos mostrou expansão de 19% e eletrodomésticos, de 18%.