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Como o seguro residencial pode aliviar o ‘preju’ dos eventos climáticos (mais fortes e recorrentes)?

Seguro residencial custa, em média, R$ 500 por ano e pode ser um atalho em inundações, destelhamento de casas e danos na rede elétrica das moradias

Gilmara Santos

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O forte temporal que atingiu São Paulo, neste mês, deixou um rastro de destruição provocado por ventos de mais de 100 km/h que derrubaram árvores, postes, abrigos de ônibus, fiação e destelharam casas causando algo ainda pior: a morte de 7 pessoas.  Mais de 2,1 milhão de consumidores ficaram sem luz, e o restabelecimento do serviço, em algumas localidades, demorou até sete dias.

Neste cenário, os seguros podem ser um grande aliado, dizem executivos consultados pelo InfoMoney. “Todos os estudos climáticos mostram que, cada vez mais, vão ter mais eventos extremos climáticos, envolvendo chuva e vento forte. No meio do ano aconteceu nos estados do Sul com mais frequência e agora em São Paulo”, destaca Magda Truvilhano, vice-presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

Arnaldo Bechara, diretor Auto, RD massificados e precificação na Tokio Marine Seguradora, ressalta que o setor como um todo tem acompanhado os problemas causados pelos eventos climáticos e buscado soluções para minimizar os riscos aos consumidores.

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O fato é que as mudanças climáticas têm afetado o cotidiano e causado prejuízos patrimoniais, situação que tem estimulado a procura por proteção em diversos ramos de seguros, sobretudo, o seguro residencial.

“As fortes chuvas, em várias partes do Brasil, têm impulsionado as pessoas a buscarem soluções para se protegerem de perdas patrimoniais, de equipamentos e até da própria vida”, acentua Bechara.

Para o executivo, sob este cenário, a tendência é que a população passe a entender sobre a importância do seguro, impulsionando a contratação dos mais diversos tipos de apólices, inclusive as residenciais. “As indenizações, nesses casos de catástrofes climáticas, possibilitam que pessoas e as empresas se recuperem mais facilmente”, complementa o executivo da Tokio Marine.

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“O seguro residencial tem ganhado importância no mercado, com custo relativamente baixo em relação aos outros ramos e diversos serviços de assistência que podem ser utilizados no decorrer da vigência. Esta proteção traz muitos benefícios, como pequenos reparos elétricos, hidráulicos e consertos de eletrodomésticos”, enfatiza Eduardo Sousa, gerente de personal lines da Gallagher Brasil.

De acordo com Magda, apenas 17% dos domicílios contam com uma apólice de seguro residencial no Brasil, o que representa cerca de 12,7 milhões de residências seguradas. Apesar do índice ainda baixo, houve um salto de 25% em relação a 2017, primeiro ano da série histórica, quando a participação era de 13,6%.

Bairro de Petrópolis (RJ), após fortes chuvas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Bom momento

O fato é que o seguro residencial vive o seu ‘pico histórico’, com a expansão de 13% entre janeiro e agosto, segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o segmento arrecadou R$ 3,2 bilhões em prêmios (valores pagos pelos clientes às seguradoras), com a devolução, na forma de indenizações, de quase 30% deste valor (R$ 945 milhões).

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Em média, o seguro residencial custa cerca de R$ 500 por ano e para incluir cláusulas que garantam indenizações em caso de alagamento ou desmoronamento, o valor é acrescido de mais R$ 400.

“O seguro residencial desempenha um papel importante em situações críticas, como as fortes chuvas e vendavais que acometeram a cidade de São Paulo na última semana. Por meio desse seguro, os moradores têm acesso a coberturas e assistências que garantem proteção e indenização para perdas e danos causados ao imóvel e aos seus bens”, diz Bechara.

Coberturas obrigatórias

Principais coberturas

Para evitar prejuízos com eventos climáticos é importante contratar coberturas específicas como;

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“Atentar-se aos limites contratados é fundamental para não ser pego de surpresa. O segurado deve buscar uma importância condizente com a reposição do patrimônio e, no caso do seguro residencial, deve ser considerado sempre o valor de reconstrução e nunca o venal porque a seguradora não fica com o bem, como em outros ramos, ela reconstrói. Dessa forma, o segurado fica protegido e evita pagar mais prêmio do que deveria”, ensina Eduardo Sousa, da Gallagher Brasil.

O que o seguro cobre

O seguro residencial cobre alagamentos e inundações que possui em seu rol a entrada de água no imóvel, a partir de aguaceiro, tromba d’água ou chuva, seja por obstrução ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e similares.

“Podemos citar alguns exemplos de assistências que podem compor o pacote para eventos dessa magnitude, como: limpeza de caixas d’água e calhas [exclusivo para casas], limpeza de ralos e sifões, fixação de antenas [exclusivo para casas] e troca de vidros, entre outras”, elenca Arthur Jollo, Gerente de P&C na Galcorr.

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“Apesar de algumas coberturas provisionarem coberturas para prejuízos decorrentes de danos elétricos, o seguro residencial não possui extensão de cobertura para garantir a reposição ou reparo decorrente da perda de alimentos. A responsabilidade por tal situação pode ser imputada as empresas que fornecem energia elétrica à região afetada”, complementa o executivo.

“Nessas situações [perda de alimentos devido à falta de energia elétrica], as seguradoras ainda não se responsabilizam direta ou indiretamente pelos alimentos no seguro residencial. É uma cobertura a ser pensada e estruturada para ofertar no produto. Nessas situações, vale acionar a concessionária de energia em busca da reparação”, concorda Sousa.

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Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.