Como lidar com amigos que vivem pedindo dinheiro emprestado?

Apesar de amizade e dinheiro nunca darem certo, conheça dicas para amenizar os problemas causados por estes empréstimos

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SÃO PAULO – A maioria das pessoas defende que amizade e dinheiro não combinam, e que quando esses dois itens se misturam, o resultado muitas vezes é o pior possível.

O fato é que emprestar dinheiro aos amigos é um hábito comum entre os brasileiros, independente da idade ou poder aquisitivo. Quem está numa situação melhor (do ponto de vista relativo), sempre será alvo daqueles que estão atolados pelas dívidas.

Lidar com esse tipo de situação exige muita calma e, principalmente, um enorme jogo de cintura. Afinal, emprestar dinheiro pode causar o fim de uma amizade de anos e o início de uma briga sem precedentes. No entanto, algumas regrinhas podem ajudar no relacionamento entre credores e devedores, sem prejudicar nenhuma das partes.

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Valores baixos

Empréstimos de pequeno valor apresentam uma grande probabilidade de nunca serem pagos integralmente. Até em função de serem pequenas quantias, os devedores acreditam que não irão fazer falta aos credores, e acabam não se preocupando em pagar. Portanto, fique atento às verdadeiras necessidades de quem está lhe pedindo aquele dinheiro emprestado. Só libere se a pessoa estiver passando por sérios problemas financeiros, irreversíveis no curto prazo.

Uma boa dica é separar entre 20% e 30% do valor solicitado e dar de presente a quem está lhe pedindo. Dessa forma, você não perde o dinheiro e nem o amigo. Tenha em mente que a chance de não ver seu dinheiro de volta é bastante elevada. Se um amigo seu estiver passando por uma crise financeira, você ficar comovido com isso e tiver condições de ajudar, empreste sem dor na consciência, mas não espere retorno.

Porém, se você estiver numa situação financeiramente desconfortável, evite emprestar dinheiro. No futuro, o valor emprestado poderá lhe fazer falta, portanto não se sinta culpado por isso. Não comprometa sua saúde financeira por causa dos problemas pessoais de um amigo. Para não ficar com fama de “pão duro” ou “insensível”, convide-o para um cinema ou uma pizza na sua casa. E não se esqueça de pagar a conta, é claro.

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Valores altos

Uma coisa é lhe pedirem R$ 200 ou R$ 300. Outra é lhe perguntarem se você, por um acaso, não tem uns R$ 2 mil ou R$ 3 mil para emprestar. Aí a conversa muda de tom, pois o empréstimo inocente acaba se transformando em negócio. Antes de ficar ofendido com o pedido, analise bem a situação do candidato a devedor.

O maior erro que se pode cometer é emprestar dinheiro sem ter discutido bem as condições e os prazos de pagamento e, em alguns casos, os juros. Como em qualquer financiamento, é preciso discutir bem como o dinheiro será devolvido, e, colocar tudo dentro de um contrato. Pode ser burocrático e dar mais trabalho, mas a probabilidade de reaver seu dinheiro é muito maior desse jeito.

Não espere que seu devedor pague tudo de uma só vez. Discuta um prazo de pagamento para amortizar o empréstimo. O melhor a fazer é verificar sua renda mensal e estipular um valor condizente com ela, para que ele pague sem maiores dificuldades. É desse jeito que vocês encontrarão o prazo de pagamento da dívida, sem esquecer de embutir os juros nos cálculos.

Se seu amigo reclamar dos juros, explique que, se decidir emprestar seu dinheiro a ele, você acabará tendo um prejuízo financeiro em função do custo de oportunidade. Diga que o dinheiro está numa aplicação financeira, que obviamente rende juros, e o valor adicional cobrado será para compensar a retirada desse dinheiro do fundo, por exemplo.

Relacionamento

No caso de pequenas quantias, não fique cobrando sistematicamente seu devedor, pois isso poderá lhe render fama de “mão de vaca” ou “muquirana”. Se você saiu na chuva é para se molhar. Emprestar pouco dinheiro, como já foi dito, é extremamente arriscado. E não comece a tratar seu amigo com frieza ou qualquer outro jeito diferente. Não fica bem com os outros colegas da turma.

Já em situações em que o valor é elevado, insista no cumprimento do contrato. Estabeleça um dia do mês para ele fazer o depósito na sua conta, ou mesmo pagar em dinheiro na sua casa ou escritório. Se ele atrasar a quitação, fique em cima e o relembre do contrato. Mas lembre-se de ser sutil e não constranger o devedor.

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Seja cordial, e não mande e-mails ameaçadores. Ele pode ficar com raiva e desistir de pagar. Mas não se esqueça de um dado bastante importante, a inadimplência tende a ser maior entre amigos e conhecidos, pois as pessoas acreditam que um amigo nunca terá coragem de protestar o nome de outro, caso atrase o pagamento.

Por isto, pense bem antes de tomar sua decisão, para não ficar reclamando depois.