Com expectativa de Black Friday mais fraca, tentativas de fraudes devem cair 35%, aponta Clearsale

São esperadas 28,5 mil tentativas de fraudes, o equivalente a R$ 44 milhões em volume financeiro

Giovanna Sutto

(Pixabay)

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Na Black Friday 2023, o consumidor brasileiro deve sofrer 35% menos tentativas de fraudes online no fim de semana que inclui 24, 25 e 26 de novembro, segundo estudo da Clearsale, empresa de segurança digital. São esperadas 28,5 mil tentativas, enquanto no ano passado, foram registradas 44,1 mil no mesmo período.

Em valores, o número de tentativas de fraudes deve equivaler a R$ 44 milhões, uma redução de 37% na comparação com o ano passado, quando este valor foi de R$ 69,6 milhões, segundo o estudo, que considera compras online e feitas no cartão de crédito.

A tentativa de fraude é caracterizada quando um pedido é feito no e-commerce, com o fraudador realizando venda em nome de um varejista. “Mesmo que a fraude não seja concluída, a tentativa ainda é considerada uma atividade criminosa”, diz o estudo da Clearsale, que presta serviço de segurança nas transações para o varejo, incluindo empresas como Magazine Luiza, Renner e Americanas.

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A queda nas tentativas e valores em fraudes, no entanto, não é motivo de comemoração. Na verdade, a estimativa de baixa é reflexo da queda no volume de pedidos para o evento: a expectativa é de uma redução de aproximadamente 40,4% em relação a 2022, quando 6,1 milhões de compras foram feitas, considerando a sexta de Black Friday, sábado e domingo, conforme os dados da empresa.

“2023 vem sendo muito ruim para o varejo, quando se compara os últimos dois anos. É um momento muito conservador para o mercado. Temos inadimplência alta e falta de crédito, o que resulta em menor poder de consumo. Acredito que tenhamos vendas mais diluídas ao longo de todo o mês de novembro na Black deste ano, repetindo o que aconteceu ano passado, justamente pela situação mais macro”, avalia Matheus Manssur, superintendente comercial da empresa.

O setor varejista não anda tão otimista com a edição da Black Friday deste ano. Embora seja o primeiro ano sem pandemia, e sem interferência de eleições e Copa do Mundo, uma outra ameaça vem chamando a atenção: a seca histórica que atinge a região Norte do país.

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A região abriga a Zona Franca de Manaus, importante polo industrial de produção para o varejo e que conta com uma logística majoritariamente fluvial. Com o baixo nível da água, o transporte de produtos e matérias-primas fica comprometido, já que é preciso buscar alternativas pelas rodovias ou no transporte aéreo.

A produção de algumas categorias, como ar-condicionado, televisão, entre outros, é feita na região, o que exige uma complexa estrutura logística para o envio de parte do material até lá, para a produção em si e também para a transferência do produto acabado para um centro de distribuição em outra área — de onde é feita a entrega para o consumidor.

As principais empresas do setor, como Casas Bahia, Magazine Luiza e Americanas, já informaram que estão acompanhando a situação de perto para evitar desabastecimento de estoque.

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A consultoria McKinsey considera que este ano irá ditar o ritmo da Black Friday no Brasil. A data sempre foi sinônimo de descontos agressivos, mas as promoções estão sendo diluídas ao longo do ano em outros eventos, como semana do consumidor, saldão de início de ano, datas duplas (no caso das varejistas asiáticas). Esse femôneno, de alguma forma, tira o protagonismo da Black Friday, ressaltam os especialistas ouvidos pelo InfoMoney.

“Distribuir as vendas ao longo do ano é uma estratégia que o varejo já usa e ajuda muito a operacionalizar grandes períodos de promoção. Entregar milhares de televisões, por exemplo, em um único dia é mais complexo do que ter poucos envios em vários dias do mês”, complementa Manssur, da Clearsale.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.