Com crise, renegociação de dívidas fica mais difícil

Motivo para o novo cenário não é falta de vontade dos bancos, mas condições pouco vantajosas do mercado de crédito, com juros mais altos e prazos menores

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A principal dica, em momentos de crise como o vivenciado, é fugir das dívidas. Por isso, para quem foi pego de surpresa pelo novo cenário financeiro internacional, o mais interessante é correr para o banco e tentar quitar o débito. O problema é que a renegociação não está tão fácil quanto se imagina.

De acordo com o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, no começo deste ano, o cenário que se via era de juros apontando para baixo, prazos longos e bancos com crédito, o que facilitava a renegociação. A partir de abril, porém, o Banco Central começou a elevar os juros e, desde setembro, a crise tem limitado o volume de crédito.

“Antes, o credor podia fazer uma renegociação com juros mais baixos e prazos mais longos. Hoje, as renegociações estão mais difíceis”, afirmou o economista. “O valor da prestação está mais alto”, completou, ressaltando que o consumidor não presta tanta atenção aos juros, mas sim ao tamanho da parcela.

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Culpa não é dos bancos

A situação está mais difícil, mas Solimeo não acredita que seja por falta de flexibilidade dos bancos. Para ele, a nova condição que se coloca é que dificulta a renegociação, uma vez que os endividados não encontrarão tantas vantagens nos novos prazos e juros.

“Não é questão de flexibilidade dos bancos. Tanto os bancos quanto as lojas têm que negociar com as condições do mercado. E as condições objetivas – a disponibilidade de crédito, prazos e juros – estão menos favoráveis que há um ano. Isso está fazendo ficar mais difícil a renegociação”, explicou.

Solimeo completou dizendo que os bancos procuram, até mesmo, facilitar a renegociação, mas não podem fugir das condições do mercado por causa disso, uma vez que terão que captar o dinheiro nas condições que se colocam – de juros mais altos e prazos menores. “Não é questão de vontade do banco, mas de condições”.

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Dicas

Pelo menos até o final do ano, o consumidor ainda encontrará dificuldades para renegociar suas dívidas, conforme previsão do economista. Para aqueles que desejam fazê-lo antes de dezembro, veja algumas dicas abaixo: